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Enviada em: 05/06/2018

Educação para o Machismo ou para a Dignidade?             A letra da música Mulheres, de Martinho da Vila, reflete a ótica machista e patriarcal masculina, na qual o macho tem de conquistar várias mulheres para estar no ápice de sua masculinidade. No entanto, esse comportamento é refutado pelas mulheres, pois cerca de 85% delas, entrevistadas na campanha "Chega de Fiu Fiu", relataram não gostar de serem assediadas ou tocadas em público.                De fato, o âmago da questão reside no sentimento de posse que o homem tem sobre o sexo frágil. Pior, as instituições familiares e religiosas permitiram que as mulheres fossem encurraladas na cultura de violência, domesticando-as nos lares e as submetendo ao jugo dos maridos. Quem duvida deveria se lembrar de quando os pais de família obrigavam suas esposas a usarem os famosos cinturões de castidade na Idade Média.         De modo lastimável, não é raro presenciar atualmente as consequências sociais dessas ações adquiridas ao longo dos séculos. Tanto é assim que funcionárias são assediadas por seus colegas de trabalho ou por seus superiores hierárquicos, como acontecido com José Meyer. Da mesma forma, podemos lembrar casos relativos ao mundo da moda, em que favores sexuais são trocados em ascensão profissional.               Portanto, medidas são necessárias para se corrigir o erro histórico. A sociedade precisa revisar seus valores educacionais, religiosos e familiares, pois, parafraseando Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nesse caso, as escolas e as igrejas precisam fazer campanhas que exponham problemas aos seus alunos e fiéis e precisam promover comportamentos que enalteçam a dignidade das mulheres e proíbam machismos. Além disso, o ramo empresarial poderia adotar políticas transparentes de repúdio ao assédio em ambiente de trabalho, denunciando-os às delegacias de polícia. Além disso, o Brasil poderia recrudescer a legislação a fim de valorizar a dignidade feminina e punir com multas e indenizações comportamentos criminosos e trabalhistas.