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Enviada em: 02/07/2018

Na Grécia Antiga, a mulher era vista como um objeto, que servia unicamente para satisfazer a vontade sexual masculina. Por conseguinte, essa objetificação, que perpetuou durante muitos anos, propiciou o desenvolvimento de uma cultura que não valoriza as mulheres da devida forma, e que apesar de muito terem conquistado, hodiernamente as mulheres ainda sofrem com o pensamento retrógrado e machista que resulta em importunações na rua e abordagens inadequadas de cunho ofensivo à sua integridade, o que caracteriza o assédio sexual.       De acordo com o pensamento beauvoriano de que não se nasce mulher, torna-se uma; analogamente também não se nasce machista,torna-se. Nesse sentido, por a cultura do assédio ser algo inventado, ela pode ser dissolvida. Todavia, devido ao ser caráter frequente, e pela forma que se dão suas manifestações, essa forma de violência é, muitas vezes, banalizada pela sociedade, que a trata com indiferença, cobrando da mulher assediada uma atitude de passividade e não dando assistência psicológica caso submetida à uma situação que a faça sentir-se vulnerabilizada por outrem.        Outrossim, a cultura do assédio sexual está diretamente associada a outra vertente bastante discutida na sociedade atual, o estupro. Entretanto, esse problema social não diz respeito apenas ao sexo, estando intrinsecamente ligado à objetificação e subordinação sofrida pela mulher ao longo dos anos.            Fica evidente, portanto, a dimensão dos desafios para uma possível redução dos casos de assédio sexual, haja visto que é alimentado por uma cultura consolidada no machismo e na banalização dessa violência. Parafraseando o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, que diz que a violência independente da sua forma de manifestar-se, é sempre uma derrota; torna-se necessário trabalhar para desconsolidar essa cultura misógina. Ademais, é preciso que sejam reforçadas as propagandas midiáticas que promovam a equidade de gênero com parcerias de universidades que poderiam ceder o espaço para campanhas educativas e informativas para todos os públicos - principalmente o jovem, para que, num futuro próximo, os casos de assédio sexual possam diminuir, já que sua extinção completa seria uma utopia.