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Enviada em: 23/06/2018

Assédio sexual é uma prática nas relações de trabalho em que o patrão se aproveita da condição de superior hierárquico e constrange um funcionário a ter algum tipo de contato sexual. Na maioria dos países, esse acontecimento só foi introduzido no Código Penal no início do século XX. Essa relativa demora ilustra a carência de iniciativas que rechaçam tal delito devido, sobretudo, à cultura machista e à falta de denúncia, constituindo desafios a serem enfrentados para tornar o ambiente laboral ético.      É importante ressaltar, primeiramente, que quando Durkheim exprime a subordinação da sociedade pela consciência coletiva, a qual é a cultura imperativa, externa e universal de um povo, evidencia-se a grande influência do machismo na perpetuação do assédio sexual. Normalmente, a vítima desse crime é a mulher e o superior é o homem. Nessa direção, há nos países o pensamento de que o sexo feminino não tem vontade própria e, portanto, pode-se fazer o que quiser com a mulher. Por causa disso, o assédio sexual torna-se uma brincadeira por parte de alguns patrões, afastando sua responsabilidade penal. Isso pode ser facilmente observado no caso do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, o qual vinha cometendo o crime por muito tempo até uma das vítimas delatar e, assim, as demais ganharem forças para fazer o mesmo. Dessa maneira, o pensamento machista é um dos desafios a ser combatido a fim de reduzir tal prática criminosa.    Além disso, segundo Ray Bradburry, em seu livro Fahrenheit 451, é de extrema importância a sociedade ser informada com a finalidade de criar senso crítico nos cidadãos, o que demonstra a necessidade de denúncias para diminuir o assédio sexual, haja vista a exposição do crime ao ser confessado. Porém, na realidade, essa infração é de difícil análise na medida em que a pessoa agredida fica com medo de ser ridicularizada no trabalho e, por conseguinte, não denuncia, bem como ser um crime que, geralmente, acontece na sala do patrão, dificultando a punição do agressor. Dessa forma, a escassez de denúncias também compromete a dignidade de todos no trabalho.     Fica claro, então, o mal prognóstico de medidas as quais visam à limitação de assédio sexual. No propósito de minimizar tal problemática, as instituições educacionais devem estimular a igualdade de gênero por meio da criação de palestras e feiras de ciência, constante e periodicamente, abordando as implicações negativas da manutenção do machismo, porque, assim, haverá conscientização da importância de garantir dignidade aos trabalhadores. Ademais,as empresas devem investir em métodos de conduta e ética através da contratação de advogados especialistas em Compliance, os quais são procurados para que subordinados exprimam seus sofrimentos e também treinam gestores em posturas éticas e morais. Outrossim, a tendência é a redução do assédio sexual.