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Enviada em: 21/06/2018

"Eles me olhavam da cabeça aos pés nas ruas. Eu ouvia as mais rudes palavras e ficava quieta por medo. Escutava que estava gostando de todo aquele assédio, todavia, aqueles olhares oblíquos e adjetivos de baixo calão faziam eu me sentir um objeto sexual na sociedade machista." Essa narrativa fictícia-embora verossímil- retrata a realidade cotidiana da mulher brasileira. Lamentavelmente, a disseminação ideológica do macho superior é um obstáculo para o fim dos casos de assédio sexual no país.   Historicamente, o sexo feminino é visto como inferior ao masculino. Nessa perspectiva, os portugueses que chegavam ao Brasil se sentiam no direito de abusar sexualmente das índias. Dessa forma,mesmo séculos depois, a cultura do estupro foi disseminada e o machismo- ainda muito presente- normaliza tais atos. Segundo o filósofo Foucault, toda relação social é baseada em micro relações de poder. Nesse sentido, o machismo prepondera e torna persistente o assédio por considerar as mulheres como objeto sexual para seu uso.   Ademais, a romantização da violência sexual é um empecilho para a redução do número de casos, uma vez que são normalizados e deixados em último plano. No âmbito cinematográfico é comum filmes como O Último Tango em París, dirigido por Bernardo Bertolucci, os quais apresentam cenas de estupro que foram reais nas gravações. No entanto, esses casos são silenciados pelos grandes produtores, trazendo sérios problemas psicológicos às atrizes violentadas, que se calam por medo da reação do público.    Por fim, parafraseando o estudioso Edmund Burke o mal só prevalece se os bons não fizerem nada. Portanto, o Ministério da Educação, em parceria com a sociedade deve incentivar a ideologia da igualdade de gêneros, por que só assim as mulheres não serão mais vistas como objetos e os assédio tendem a diminuir. Por meio de projetos sociais à alcance público, essa medida deve ser feita a fim de diminuir a desigualdade de poder, resultando no respeito às mulheres da sociedade.