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Enviada em: 25/06/2018

O sociólogo Augusto Comte compara a sociedade com um organismo vivo. Assim como um organismo, as partes que o constituem são interdependentes, se uma parte falha, todas as outras são prejudicadas. Nesse sentido, convém discutir os desafios para reduzir os casos de assédio sexual, já que o corpo social encontra-se acometido. Desse modo, uma herança histórica e a punição falha representam justificativas fundamentais para esse desequilíbrio.         De início, é válido frisar que o machismo se faz presente em nosso dia a dia. Isso decorre de uma sociedade cujos indivíduos se apropriam de práticas que julgam corretas, pois é persistente o pensamento de submissão da mulher ao homem, mesmo sem consentimento por parte da vítima. Isso pode ser comprovado a partir dos recentes casos de assédio relatados por atrizes famosas, os quais citam nomes como Steven Seagal e Ben Affleck, que interpreta a figura lendária do Batman. Sendo assim, torna-se de extrema urgência a superação de costumes arcaicos a fim de que se promova o respeito em qualquer situação.       Por outro lado, destaca-se a banalização dessas “brincadeiras”. Como diz Gandhi, “sou contra a violência porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é permanente”. Aplicando sua teoria à realidade brasileira do século XXI, muitos desses assédios podem deixar grandes traumas, gerando insegurança e medo nas mulheres, pois não há punições efetivas para este tipo de crime. Infere-se, assim, que é imprescindível a revisão de leis para maior proteção às vítimas de casos como estes.       Torna-se evidente, portanto, que a questão do assédio sexual exige medidas concretas, e não um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do governo em relação à reformulação da lei, através do englobamento de outros casos de assédios, como os verbais, e não apenas aos casos de situação no meio de trabalho. Além disso, é urgente que a sociedade supere e desarraigue esses pensamentos primitivos. Ademais, uma transformação deve passar também pelo sistema educacional, que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas de conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Dessa forma, pode-se promover não só um maior bem estar entre cidadãos, como também uma nova geração consciente e respeitosa, para que movimentos como “mexeu com uma, mexeu com todas”, não precisem mais existir.