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Enviada em: 20/06/2018

Os assédios sexuais contra o perfil feminino e as suas implicações tornaram-se algo muito pertinente ultimamente. De fato, segundo os dados da Campanha Chega de Fiu Fiu, 85% das mulheres brasileiras já tiveram seu corpo tocado em público, o que demonstra a naturalidade com que o grupo masculino trata as intimidades do sexo oposto. Diante disso, deve-se analisar como a configuração da sociedade atual colabora com esta problemática.     Os comportamentos sociais enraizados na maioria dos habitantes do país estão entre as principais causas do problema. Isto é, a ordenação patriarcal da sociedade - organização da família heterossexual em torno da figura do homem e da autoridade masculina - confere aos homens uma relativa liberdade para proferir gestos e palavras às mulheres em diversos eixos sociais e, quando essas atitudes são socialmente aceitas, não há constrangimento por parte da pessoa que realiza ou de outras que presenciam. Assim, a continuação desses hábitos, transmitidos de uns para os outros, funciona de base forte para a manutenção do problema no Brasil.     As consequências desses acontecimentos são diversas e vão desde a violência verbal à física, como os assassinatos e estupros. Em outras palavras, é impossível dissociar as ações de indivíduos que realizam assédio publicamente das demais agressões físicas e psicológicas das quais as mulheres são vítimas. Por exemplo, a mesma pessoa que usa frases ou movimentos obscenos nas ruas em direção às mulheres poderá ser capaz, provavelmente, de cometer vários tipos de violência domestica contra a própria esposa ou outros membros da família, pois todas partem de um mesmo desprezo pelos direitos do próximo.     Portanto, fica claro a gravidade do problema em questão e que medidas a longo e curto prazo devem ser tomadas para combater essa temática. Logo, é dever da mídia nacional, por meio de propagandas na TV e nas redes sociais, buscar a conscientização dessas práticas amoralizantes exibindo quais os lugares mais vulneráveis para a ocorrência dessas práticas e de como identificar e procurar ajuda policial e judicial, visando reverter esse comportamento com a eliminação total dos assédios em todas as esferas sociais. Ademais, é dever do Governo promover a implantação e a estruturação das delegacias especializadas no caso, com a contratação de psicólogos para auxiliar emocionalmente aquelas que sofreram abusos diariamente e de equipes preparadas para investigações e conduções dos suspeitos, criando, assim, um clima de segurança para denúncias desse tipo de crime e promovendo a igualdade de gênero no Brasil.