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Enviada em: 31/01/2018

Chega de "fiu fiu"!   Os índices de violência contra a mulher são alarmantes no país, mesmo este contando com leis e ferramentas especializadas no combate a tal questão. Frequentes casos de denúncia de assédio sexual mostram que tais instituições não são plenamente eficazes. Com efeito, um diálogo acerca dos desafios para reduzir os casos de violência sexual é medida que se impõe no século XXI.   Em primeiro plano, na sociedade brasileira -e mundial- ainda prevalece o modelo machista e patriarcal. A esse respeito, Michel Foucault afirma que todas as relações sociais ocorrem associadas a um poder individual. Assim, o assediador crê que tem o direito sobre o corpo da vítima, podendo manipulá-lo da forma que quiser.   De outra parte, as vítimas encontram dificuldade na hora de denunciar tal tipo de violência. Nesse contexto, no ano de 2017 foram expostos inúmeros casos de denúncias de assédio sexual envolvendo grandes nomes do meio artístico e todos compartilham uma mesma questão: vítimas que são coagidas a não denunciar, seja por relações de poder dentro do meio em que trabalham, seja pelo medo de serem desacreditadas pela mídia e pelas autoridades. Dessa forma, o assédio se perpetua e, por muitos, é visto até como "normal".   Urge, portanto, que as raízes machistas da sociedade atual sejam cortadas. Immanuel Kant declara que o homem não é nada mais se não o que a educação faz dele, logo, o ato de educar é o melhor meio para que ocorra efetiva mudança. Nesse sentido, debates acerca da cultura do estupro devem ser mediados nas escolas por professores capazes de levar o discurso de igualdade de gênero à educação básica. Instituições do governo, como a Delegacia da Mulher, devem se mostrar plenamente preparadas para receber denúncias de violência sem serem palco de uma segunda violência contra as vítimas. Assim, poderemos viver em uma realidade onde o assédio não tem vez.