Materiais:
Enviada em: 02/02/2018

No limiar do século XXI, vive-se um grande desafio: a redução dos casos de assédio sexual. Frente a essa realidade, é possível afirmar que o sentimento de inimputabilidade é um dos responsáveis para que este ato ainda esteja presente de forma tão exacerbada. Além disso, o pensamento machista - enraizado na sociedade - às vezes, relega o brio feminino à condição de colateralidade.      Mesmo com inúmeros postos de Delegacia da Mulher, ainda há um forte sentimento de inimputabilidade em relação ao assédio sexual - tomado , na maioria das vezes como brincadeira -  e isso faz com que o este comportamento, inelutavelmente, se perpetue. Nesse sentido, de acordo com uma pesquisa realizada pelo movimento "Chega de Fiu Fiu", cerca de 85% das mulheres já foram tocadas sem permissão e de forma impertinente em espaço público. Dessa forma, enquanto houver o sentimento de inculpabilidade, tais númereos continuarão exarcerbados.        Em meio a esse contexto, a mistura do machismo e do orgulho feminino negligenciado, tem todos os sinais para se tornar um dos maiores problemas a serem confrontados pela sociedade no mundo comteporâneo. Partindo desse viés, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2009 e 2011 houve mais de 17 mil feminicídios no Brasil, consequência de efetivo policial insatisfatório, e na maioria das vezes, indiferente à segurança da mulher. Dessa maneira, imersas em um liquidez contemporânea, as mulheres encontram-se desamparadas pelo poder público.         Infere-se, portanto, que ainda há diversos empecilhos para a redução do assédio sexual. Nessa perspectiva, cabe às delegacias especializadas em defesa da mulher, aumentar o efetivo policial, especialmente nos plantões, com o intuito de atender melhor e poder solucionar de forma incisiva, as milhares de denúncias recebidas diariamente. Ademais, é necessário que as Escolas, por meio das disciplinas da área de humanas - principalmente filosofia e sociologia - engendre na sala de aula o debate sobre o machismo, para que, gradativamente, essa ideia, uma das principais causadoras dos casos de assédio, seja refutada. Só assim, a redução do assédio deixará de ser uma utopia, para se tornar realidade.