Materiais:
Enviada em: 06/08/2018

Segundo dados do Datafolha de 2017, 42% das mulheres entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio. O problema é algo ordinário o cotidiano brasileiro e sua origem vem desde a Grécia Antiga, em que a mulher era vista como objeto de satisfação masculina e essa cultura se perpetua. Sendo assim, combater os casos de assédio esbarra em desafios como o machismo arraigado na sociedade e o silêncio das vítimas e somente transpondo esses limites a sociedade garantirá o devido respeito aos seus indivíduos.    De acordo com o artigo 216 do Código Penal, o assédio sexual caracteriza-se por constrangimentos e ameaças com a finalidade de obter favores sexuais feita por alguém normalmente de posição superior à vítima. É justamente o sentimento de superioridade dos assediadores sobre suas vítimas que favorecem a existência desses eventos. A justificativa vem do passado patriarcal em que o homem, pai ou esposo, tomava as decisões pela mulher e pela supervalorização das características físicas e culturais relacionadas aos homens desde aquele tempo, ideais que se mantiveram em nossa sociedade mesmo após anos de lutas e mudanças.   Ademais, o crime é subnotificado, uma vez que as vítimas muitas vezes são coagidas ou ainda, não sabem o limite do que é ou não assédio, visto ser algo tão rotineiro que mulheres, muitas vezes, são instruídas a ignorar. O silêncio das vítimas faz com que o crime não seja punido de forma eficaz, ou ainda que outras vítimas não tenham o apoio pra fazer o mesmo. A quebra no silêncio é o primeiro passo para que se saiba a magnitude do problema e possa ser resolvido.   Destarte, é preciso entender que os casos de assédio abrem ás portas para diversos outros crimes, como estupro e assassinatos e seu combate é cada vez mais necessário. Desse modo, é preciso que o Estado e a sociedade unam-se em prol do desafio de reduzir os casos. Ao Estado, em parceria com Ongs que trabalhem a questão, concerne criar canais de denúncia anônima, afim de proteger as vítimas,e oferecer apoio psicológico a elas, além endurecer as penalizações para aqueles que cometerem assédio. À sociedade cabe usar seus espaços, igrejas e escolas, por exemplo, para conscientizar sobre a importância do respeito mútuo, através de dinâmicas coletivas que demonstrem de forma clara e chocante os efeitos dessa prática afim de mudar a atitude desses indivíduos em seu cotidiano. Dessa forma, paulatinamente, reduziremos os casos de assédio e iremos em busca do seu fim, de modo a proteger igualitariamente os cidadãos.