Enviada em: 02/02/2018

“Estrelas além do tempo” é um filme baseado em fatos reais que aborda a discriminação sofrida por três mulheres negras que trabalhavam para a NASA, como cientistas, durante a Guerra Fria. Apesar dos avanços apresentados quanto à igualdade dos gêneros desde essa época, as mulheres ainda sofrem de uma violência banalizada e enraizada na sociedade: o assédio sexual. Fatores de ordem histórica e educacional caracterizam a problemática.       É importante pontuar, de início, que o histórico patriarcalismo e inferiorização do sexo feminino refletem neste atual cenário. Devido ao longo período de imposição social de subordinação das mulheres e superioridade masculina muitos homens sentem liberdade de invadir a privacidade da mulher, mesmo sem o consentimento dela. Somado a isso, nessa conjuntura machista, a própria vítima se sente inibida de denunciar. Tal histórica subjugação sofrida pelas mulheres pode ser ratificada pelo Estatuto da Família de 1916 que comparava a capacidade intelectual feminina a de uma criança.     Outrossim, o fim do assédio sexual apresenta como desafio uma falha educação quanto ao desenvolvimento de cidadãos conscientes. Quando se observa a deficiência das escolas em relação à construção de valores e princípios éticos e morais de equidade e respeito ao próximo, percebe-se a causa da perpetuação dessa violência. Tal importância do ensino é corroborada pelo educador Paulo Freire, o qual acredita que a educação transforma a sociedade.      É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho histórico e educacional na temática supracitada. Nesse viés, cabe à escola, em parceria com a família, instruir os adolescentes acerca da violência que o assédio representa e ensinar a necessidade de respeitar uns aos outros independente do gênero, a fim de se obter uma sociedade mais harmônica e justa. Tal medida pode ser efetivada por meio de palestras, trabalhos dinâmicos, debates em sala de aula e diálogos esclarecedores. Ademais, é essencial que a mídia, em consonância com a sociedade, desconstrua o machismo vigente e forneça incentivo para que as vítimas denunciem. Para isso, é preciso a realização de campanhas como “Chega de Fiu Fiu” e a promoção de anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação. Por meio dessas medidas, talvez, será possível reduzir o número de casos de assédio sexual.