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Enviada em: 03/02/2018

No decorrer da história das sociedades muitos foram os períodos em que as mulheres foram totalmente subordinadas aos homens. No continente africano, as tribos que eram derrotadas em guerrilhas tinham suas mulheres cedidas para os guerrilheiros vencedores, fato que era uma artimanha para impulsionar mais homens a aderirem ao serviço militar de guerrilha. No período em que o Brasil foi colônia de Portugal, a família era integralmente patriarcal, isso quer dizer que a figura masculina era vista como provedora e superior em diversos aspectos sociais. Toda essa conjuntura contribuiu de maneira direta para a fixação, pelo menos no plano moral de alguns meios sociais, de que o homem tem o dever de exercer a sua vida transgredindo as liberdades atribuídas ao público feminino.    Nesses termos, as raízes do sentimento de superioridade masculina em relação às mulheres vem sendo consolidadas durante séculos, o que culminou no atual cenário de assédios ubíquo pelo Brasil. Em pesquisas realizadas por jornalistas brasileiras constatou-se que 85% das mulheres pesquisadas já tiveram seu corpo diretamente tocado por homens sem o consentimento. Nesse sentido, a Secretaria de Políticas para as Mulheres inferi que qualquer tipo de interação de âmbito sexual não consensual entre homem e mulher é considerado crime e deve ser passível de punição.   Aliado aos fatos supracitados, vale ainda destacar os casos de abuso sexual nas mais altas esferas da sociedade, como em Hollywood. De acordo com o conceito de fato social proposto pelo sociólogo Émile Durkheim, o assédio sexual seria um acontecimento normativo, pois é inerente de todas as sociedades do mundo tê-lo. No entanto, tal concepção de padrão social não pode ser observado apenas de uma perspectiva de causa e efeito histórico, como o sociólogo analisava, visto que essa percepção material de mundo corrobora ainda mais para a consolidação de uma passividade em relação aos casos de assédio, como causa disso tem-se relatos de abusos sexuais até nas grandes agências de cinema dos EUA, como no recente caso de assédios realizados pelo produtor hollywoodiano Harvey Weinstein.      Desta forma, torna-se nítido que o assédio sexual tem raízes históricas e que se espalhou pelo Brasil e pelo mundo, portanto, é de vital importância a ação governamental para erradicar esse problema no Brasil. Sendo assim, o governo federal deveria implantar um maior número de delegacias especializadas na causa do assédio sexual nos municípios e ainda criar uma rede telefônica de denúncias contra os assediantes, com a finalidade de dar mais aporte policial e social para as vítimas de abusos no país. Ademais, o Ministério da Educação deveria implantar no calendário federal público escolar o ensino das raízes e prejuízos sociais que o assédio tem para as mulheres, pois isso apagaria progressivamente a concepção de que o abuso deve ser aceitado como algo inerentemente social.