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Enviada em: 05/02/2018

O assédio sexual contra a mulher é cultural, não sendo privilégio de uma época nem de uma sociedade específica. O que torna a questão ainda mais complexa, visto que a mudança de hábito é um desafio que demanda a intervenção na formação do indivíduo.     Após a revolução sexual da década de 1960, a emancipação feminina trouxe novos significados sociais para a mulher, que passou a ocupar os mais diversos postos de trabalho e a fazer as escolhas, que antes cabiam ao pai e ao esposo, sobre o seu destino. Contudo, em meio a tantas conquistas, a sociedade, culturalmente conservadora e patriarcal, por vezes insiste em reduzir a figura feminina a um simples corpo dotado de beleza e desprovido de significado, como observado em propagandas de cerveja, por exemplo. Assim, a persistência de atitudes machistas presentes no dia a dia naturaliza o assédio sexual, mesmo estando claro que constrange, não é bem visto pelas mulheres e, muitas vezes, configura uma violência.     Dessa forma, o desafio de reduzir os casos de assédio perpassa a criação de uma consciência coletiva sobre o respeito à mulher e acerca da diferença entre um elogio e uma agressão. Além disso, atos de assédio estão tão banalizados socialmente que a vítima, por vezes, é acusada de provocá-los, enquanto o agressor fica impune; o que gera na mulher traumas psicológicos, medo e a sensação de culpa, desencorajando assim a denúncia e enfraquecendo o combate a esse tipo de ação.     Portanto, ciente do peso cultural nas práticas de assédio sexual, é necessário que o Estado e a sociedade unam-se em prol do desafio de reduzir os casos. Ao Estado, em parceria com Ongs que trabalhem a questão, concerne criar canais de denúncia e oferecer apoio psicológico às vitimas, além de prever penalização para aqueles que cometerem assédio. À sociedade cabe usar seus espaços, igrejas e escolas, por exemplo, para conscientizar sobre a importância do respeito mútuo. Assim estará havendo o enfrentamento do desafio de reduzir os casos de assédio sexual.