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Enviada em: 18/02/2018

“Precisamos Falar do Assédio” é um documentário produzido pela cineasta Paula Sacchetta e tem como objetivo expor a triste realidade da mulher brasileira no contexto atual. Nesses relatos, diversas mulheres tiveram a oportunidade de expor os casos de assédio sexual que já vivenciaram. Assim sendo, é possível perceber a existência de uma problemática que necessita de intervenções sociogovernamentais, pois, no Brasil, os casos de assédio sexual se aproveitam da banalização feminina no dia a dia e da subnotificação dos casos por parte das vítimas.       Hodiernamente, a estética feminina é utilizada para massificar um esteriótipo de corpo atraente, o que estimula a objetificação da mulher e contribui para a perpetração de uma herança patriarcal na sociedade. Dessa forma, os comerciais de cerveja,por exemplo, utilizam de modelos saradas e magras para atraírem o público alvo majoritário, o masculino, que pode vir a banalizar a figura feminina ao utilizar frases que não passam de uma forma de assédio sexual mascarada, mas que são consideradas por boa parte da sociedade como “cantadas” inocentes, o que por sua vez, representa uma dificuldade para a redução dos casos de assédio ao promover a normatização de tal situação.       De acordo com a teoria determinista de Sigmund Freud, ‘O homem é,em sua essência,produto do meio em que vive,construído a partir de suas relações sociais’. Contudo,tal afirmativa não se limita apenas à figura masculina, mas à sociedade como um todo. Destarte, ao crescer em uma sociedade notadamente sexista e patriarcal, a própria mulher pode encontrar dificuldades para conseguir diferenciar uma situação de sexismo velado de um elogio sem segundas intenções, visto que ela pode ter sido ensinada acreditar que não se passa de uma situação normal e a não questionar. Nessa analogia, essa questão estimula não só a diminuição das denúncias, mas também uma sensação de impotência frente à situação, uma vez que para mudar tais costumes a figura feminina precisa superar os tabus que são a ela impostos e convencer toda uma comunidade de que tais atitudes são incorretas, desconfortáveis e que fomentam novos casos de assédio sexual. .       Infere-se,portanto, que a problemática discutida necessita ser amenizada. E para isso, a 'Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres' deve patrocinar campanhas,como a “Chega de fiu fiu” e a “Não é não”, que são responsáveis por lutar contra a cultura do assédio que se encontra arraigada no Brasil. Dessa maneira, a sociedade se tornará mais consciente e respeitosa, o que contribuirá não só para uma diminuição da banalização do corpo, tanto nos comerciais quanto no dia a dia, mas de mesmo modo em uma redução dos casos de assédio sexual, aliado a um aumento das denúncias e à tomada de consciência da população acerca da questão,além de um determinismo freudiano positivo.