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Enviada em: 06/03/2018

Segundo uma pesquisa feita pelas jornalistas Juliana de Faria e Karin Hueck, 85% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio sexual. Nesse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: a banalização dessa violência e a falta de punição aos que a cometem.       No Brasil hodierno, seja em ambientes de lazer, estudo ou trabalho, o assédio sexual é uma realidade enfrentada diariamente pelas mulheres. Por ser tão culturalmente normalizada, tal prática é considerada por muitos algo inofensivo ou - a exemplo da "cantada" - até um "elogio" às vítimas. Consequentemente, essa banalização do assédio leva muitas vítimas a se sentirem intimidadas ao denunciarem o ato, principalmente se o mesmo ocorre de forma verbal, uma vez que sua natureza violenta é poucas vezes reconhecida.       Além disso, outro importante obstáculo no combate ao assédio sexual é a impunidade dos praticantes desse crime. A exemplo disso, é possível citar o recente caso de um assediador que, mesmo tendo ejaculado sobre uma mulher num ônibus carregado de testemunhas, foi liberado sem grandes consequências. Esse tipo de caso, além de contribuir para a banalização dessas ações, ilustra a ineficácia na punição de seus perpetuadores.       Em vista do exposto, tornam-se necessárias medidas que busquem desnaturalizar o assédio, além de penalizar efetivamente seus praticantes. Em tal contexto, o Governo Federal deve, com auxílio de emissoras de canal aberto, divulgar propagandas que informem a população sobre as  diferentes formas em que se manifesta o assédio sexual, com objetivo de extinguir sua naturalização na sociedade. Ademais, o Poder Legislativo deve, por meio da criação de leis, fortalecer a punição dos assediadores, com intuito de que os mesmos sejam de fato penalizados por seus crimes, combatendo-se, dessa forma, o assédio sexual no Brasil.