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Enviada em: 09/03/2018

O assédio como ele é       O assédio sexual existe e a dificuldade em combatê-lo se dá por sua banalização. Isso porque quem o pratica o trata como "exaltação da beleza feminina", mas é uma forma invasiva de se sobrepor ao outro. As pessoas que o sofrem acabam envergonhando-se ou se culpando por isso. Contudo, Chimamanda Ngozi Adchie disse que: "é hora de chamar as coisas do que elas realmente são, porque a linguagem pode iluminar a verdade tanto como pode ofuscá-la". É preciso reconhecer a problemática, para, então, tratá-la.       Isso porque, embora haja muitos casos de assédio sexual, há um grande medo em denunciá-lo. Sofrê-lo, muitas vezes, leva à problemas psicológicos: as vítimas são questionadas sobre as vestes,a situação em que se encontravam, -como se fossem motivos para tal- e acabam por duvidar de si mesmas. O combate ao assédio, cometido por homens em maioria, se torna mais difícil, por colocar em duvida a palavra da vítima.       Tal problemática é antiga, decorrente de uma sociedade patriarcal e se repete ao longo do tempo em diferentes sociedades. O sociólogo Durkheim explicá-la-ia através de sua teoria do Fato Social, a qual diz, basicamente, que uma criança é criada em determinado meio, assistindo determinadas atitudes, acaba por repeti-las, normalizando-as. Sendo assim, o assédio teria origem há muito tempo, mas recebe atenção agora pela sua denuncia em diferentes níveis sociais.              Logo, entende-se que para conseguir, reduzir os casos de assédio sexual, é necessário, como disse Adchie, tratá-lo como ele é. Também demanda coragem em denunciá-lo. A criação de mais delegacias da mulher é fulcral. Outrossim, é fundamental que não sejam normalizadas tais atitudes, sejam denunciadas de modo a não se eternizar tal Fato Social. Assim, é necessário apoio midiático e governamental em campanhas de conscientização, bem como em um maior apoio psicológico à vítima pelo do SUS.