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Enviada em: 11/03/2018

O assédio sexual é uma violência intrínseca à cultura brasileira. Identificar sua ocorrência não é tarefa fácil, pois, habituadas à essa situação a mulher não diferencia ações que extrapolam os limites do respeito.   No Brasil, é comum a descortesia com as mulheres no transporte público ou na rua. A famosa cantada, associada por muitos à um elogio, expõe e envergonha a mulher, colocando-a em uma situação desconfortável e por vezes insegura, uma vez que não é possível mensurar até onde pode ir o agressor.   Há que se considerar ainda grande parte dos abusos sexuais nas grandes cidades acontece dentro do transporte público, pois, em ônibus e trens lotados torna-se mais fácil ao agressor encurralar sua vítima. Embora nos trens de São Paulo seja possível embarcar em um vagão destinado apenas à damas, é óbvio que este não comporta todas as passageiras e na maioria das vezes não é o único meio de locomoção utilizado por elas no seu trajeto. Além disso, neste caso, apenas  ameniza-se as consequências de um fato, não se trata sua causa.   Falamos, portanto, de um desafio que é a mudança cultural de toda uma nação. Da atual posição onde os valores inerentes à sociedade, construídos até aqui, concernem da falta de respeito e desigualdade da mulher, para um futuro onde seu será o mesmo recebido pelo homem, pois ambos são merecedores de apreço e importância social.   Assim, é primordial reforçar na educação a história e evolução feminina, suas dificuldades e conquistas, clarificando as origens do atual comportamento subversivo destinado à elas, manifestando nos alunos a capacidade de diferenciar comportamentos incorretos, mudá-los e replicá-los. Em concomitância, a distribuição de informações à comunidade precisa ser ininterrupta. Através de propagandas de rádio, televisão e internet, é possível mostrar às mulheres seus direitos e as atitudes inaceitáveis porventura recebidas dos homens, além dos órgãos a procurar em caso de assédio e como se defender de tais situações.