Materiais:
Enviada em: 31/03/2018

De acordo com os dados da OIT, 52% das mulheres já sofreram assédio no trabalho. No Brasil, não possuímos estatísticas mais precisas, até porque trata-se de uma violência “público-privada”. Isso significa dizer que o corpo da mulher ainda é considerado um objeto pertencente ao espaço público e a violência sexual no ambiente de trabalho talvez possa ser o mais agudo exemplo da relação entre controle do corpo feminino e divisão sexual do trabalho.            O assédio sexual pode acontecer de diferentes formas. Ele pode ser falado ou insinuado, pode ser escrito ou também por meio de gestos. Pode se apresentar como uma coação, um constrangimento ou alguma forma de chantagem profissional, quando advindo de alguém hierarquicamente superior na relação laboral (promessa de promoção ou de demissão, por exemplo). Em todos os casos, sua marca é a insistência e a não reciprocidade. Quase sempre será uma conduta repetida e que é repelida, tornando angustiante a manutenção da relação de trabalho.              A perversidade dessa forma de violência é tamanha que, diante da corriqueira culpabilização da vítima – a partir, principalmente, de questionamentos sobre se seus comportamentos ou vestimentas provocaram a reação daquele homem – muitas das mulheres que se percebem nessa situação de violência sentem medo e culpa e, ao invés de serem protegidas, acabam por se silenciar e, em não raras situações, afastar-se do ambiente de trabalho, pedindo demissão.           O abuso sexual resulta em uma série de problemas físicos e psicológicos nas vítimas como, por exemplo, aversão a parceiros do mesmo sexo que o abusador ; torna-se uma pessoa insegura, deprimida, descontrolada, entre outros.           Portanto, acabar com o assédio sexual é primordial que o Estado promova mais campanhas contra o assédio ,e que incentive as mulheres que sofreram com tal violência a denunciarem. Assim como as famílias devem orientar seus filhos e filhas de que o assédio não é provocado pela vestimenta ou comportamentos, mas pela falta de caráter do agressor.