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Enviada em: 03/04/2018

No filme “O Último Tango em Paris”, Marlon Brando força uma relação sexual com sua parceira de cena, Maria Schneider. Por mais que a notícia possa ser considerada “antiga”, por ter acontecido em 1972, ainda choca por sua atualidade. Posto que, casos de assédio sexual permanecem acontecendo na hodiernidade e, hoje, representam um verdadeiro desafio no que tange à diminuição de suas incidências.           Segundo a filósofa Hannah Arendt, o pior dos males é aquele que torna-se banal. Dessa forma, é fácil entender a dificuldade em erradicar os casos de assédio sexual. Haja vista que, desde os primórdios e em diversas culturas, o ato de assediar é tratado como algo normal e intrínseco à sociedade, sobretudo se feito por alguém do sexo masculino. Além disso, a população feminina é a mais afetada, reforçando o fato de ainda serem subjugadas por uma condição biológica e terem como agravante: o feminicídio, que de acordo com pesquisa do Ipea, somou 17 mil casos entre os anos de 2009 e 2011. Portanto, o problema é extremamente alarmante.           Sob outro ângulo, a impunidade representa mais um agravante do impasse. Como consequência disso, os assediadores continuam cometendo infrações por terem conhecimento da não aplicação correta das leis e as vítimas, por sua vez, deixam de denunciar pelo mesmo motivo. Ademais, muitas vezes, a omissão é escolhida pelos sofrentes por conta do papel exercido pelo abusador, que na maior parte dos casos, exerce maior papel hierárquico na vida dessas pessoas e pode usar de ameaças e até agressões para “calar” as vítimas. Assim sendo, a consciência de que “nada será feito” é problemática e contribui para a manutenção dessa estrutura.           De modo exposto, é necessário lutar contra esse imbróglio. Por isso, a criação de leis mais duras, pelo Poder Legislativo, é imperiosa para punir mais duramente infratores que ousarem desrespeitar alguém. Igualmente, é de extrema importância que exista maior fiscalização, realizada por representantes do poder judiciário, da aplicação das já existentes leis que impedem atos vexatórios em ambientes de trabalho a fim de impedir que casos de assédio moral continuem acontecendo. Por fim, palestras escolares, ministradas pelo MEC em parceria com as escolas, são oportunas para a difusão do respeito. Talvez, assim, os casos de assédio sejam erradicados, dentro e fora das telas.