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Enviada em: 24/03/2018

Fim último               De acordo com a historiografia, os casos de objetificação do corpo feminino expandiram-se para além da Antiguidade Clássica e atingiram a Idade Moderna. Devido a isso, surgiu a problemática dos desafios para reduzir os casos de assédio sexual, que permanecem constantes, seja pela insuficiência de leis, seja pela permanência de uma arcaica mentalidade social.        Em primeiro lugar, é válido ressaltar que a questão legislativa e sua aplicação estão diretamente ligadas aos fatores que dificultam a resolução do impasse. Segundo o Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Entretanto, pesquisas da ONU apontam que mais de 20% das mulheres do mundo já sofreram algum episódio de assédio sexual, tendo suas dignidades feridas, o que mostra a ineficácia das leis.        Ademais, de acordo com o pensamento do sociólogo Émile Durkheim, as consciências individuais são moldadas pelas consciências coletivas. Sendo assim, em uma sociedade onde são frequentes os casos de abuso sexual e onde a lei é incapaz dar fim a esse problema, ocorrerá a transmissão dessa mentalidade para as gerações futuras. Por conseguinte, dar-se-á a perpetuação de uma "cultura do assédio".        Infere-se, portanto, que a questão dos abusos sexuais precisa ser resolvida. Destarte, cabe ao Poder Executivo fazer a aplicação eficaz das leis que punem os que cometem abusos sexuais, a fim de reduzir os casos de assédio. Além disso, cabe à Polícia Civil fazer investigações acerca dos casos recentes de abuso, a fim de monitorar a permanência ou diminuição de tais casos na população. Outrossim, compete ao Ministério da Educação, criar campanhas midiáticas, ministradas por profissionais da educação, visando conscientizar a população e mudar sua mentalidade. Assim, poder-se-á alcançar o que Aristóteles chamou de "fim último de toda pessoa": o bem supremo, conhecido como felicidade.