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Enviada em: 25/03/2018

Os casos de assédio sexual estão chegando a níveis alarmantes. Segundo a campanha Chega de Fiu Fiu, 85% das brasileiras já foram tocadas publicamente sem consentimento. Nesse contexto, pode-se averiguar que esta problemática se mantém ativa por dois fatores: o legado histórico-ideológico e o medo por parte das mulheres de denunciar.         A sociedade atual ainda está presa em ideais arcaicos, sendo a coisificação da mulher o maior deles. Isso ocorre porque existe uma herança imaterial passada por gerações afirmando que o sexo masculino é superior ao feminino. Segundo Simone de Beauvoir, "ninguém nasce mulher: se torna mulher", entretanto, o ideal errôneo da superioridade masculina acaba idealizando o sexo feminino não apenas como mulher, e sim como “mulher objeto”. Dessa forma, cada vez mais meninas, jovens e idosas sofrem com o assédio sexual todos os dias.        Contudo, o problema está longe de ser solucionado, haja vista que muitas mulheres têm medo de denunciar o impasse. De acordo com Jean-Jacques Rousseau, "o homem nasce livre e por toda parte vive acorrentado", e é de forma acorrentada que muitas mulheres que sofrem da problemática vivem, pois ainda existe uma sociedade que as julgam como mentirosas e exageradas quando há a denúncia, e, além disso, muitas chegam a ser ameaçadas pelos seus assediadores. Dessa forma, a liberdade de denúncia desaparece e cada vez novos casos ocorrem.        Mediante ao exposto, pode-se perceber, portanto, que a ideologia vigente e o medo de denunciar seus assediadores são fatores que inibem a aniquilação dos desafios para reduzir os casos de assédio sexual. Para acontecer a erradicação, a mídia deve criar reportagens sobre a verdadeira imagem da mulher por meio de telejornais em horário nobre, a fim de quebrar os valores ideológicos vigentes na sociedade. Além disso, cabe as escolas dialogar na sala de aula com os alunos sobre a igualdade entre homens e mulheres, para que dessa forma se crie o respeito ao sexo feminino desde a infância. Ademais, é dever do Estado desenvolver apresentações por intermédio de espaços públicos com  a intenção de conscientizar as vítimas sobre a importância de denunciar seus assediadores e; além disso, a Polícia Civil deve criar um canal anônimo, assim como uma delegacia especializada, pois, dessa forma, as correntes que as mulheres possuem se quebrarão e os casos de assédio sexual se reduzirão em níveis de serem apenas cicatrizes no passado da sociedade.