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Enviada em: 29/03/2018

O assédio sexual é problema pertinente no cotidiano feminino. É erroneamente visto pela maioria como apenas problema entre homem e mulher, mas não como problema da sociedade que protege o opressor. Por não haver necessariamente a violência física, este crime acaba sendo estimulado e banalizado. Desde a fala problemática de Nelson Rodrigues, de que nem todas as mulheres gostam de apanhar, somente as normais, até a piadinha de que lugar de mulher é na cozinha, visualiza-se o machismo enraizado culturalmente através dos tempos. Como consequência dessa histórica inferiorização feminina, retira-se do homem a responsabilidade do assédio. Em uma sociedade que naturaliza as cantadas constrangedoras, o toque sem consentimento, a vítima é culpabilizada e seus comportamentos passam a ser alvo de análise, não do agressor.  A objetificação da mulher pela mídia, publicidade, vídeo games, ajuda a alimentar a cultura de estupro, visto que apenas reforça a ideia de que a mulher deve exclusivamente satisfazer os desejos masculinos. Retira-se, portanto, o emocional e psicológico das figuras femininas, vendendo a noção de que elas são objetos que estão sujeitos a receber ações de outros, anulando seus desejos e vontades. Como consequência, o homem se sente à vontade para reificar as mulheres a sua volta.   Diante do exposto, dar-se a entender que mudanças sociais a respeito do pensamento machista devem ser feitas. O Ministério da Educação deve inserir nas escolas, material pedagógico que exponha a importância da igualdade entre homens e mulheres. As vítimas devem receber apoio, desde a denúncia, o que requer o preparamento das delegacias para prestar a assistência necessária. Por fim, a aplicação de multas e penas aos agressores, também são importantes medidas de punições para que a banalização desses atos seja evitada.