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Enviada em: 22/04/2018

Para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é instituída pela coletividade, logo, todos dependem de relações interpessoais. Desse modo, para que essa ideologia seja racional e igualitária, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Todavia, no Brasil, isso não ocorre, haja vista que, em pleno século XXI, as mulheres ainda são vistas como submersas aos homens, e com isso, sofrem não só violências físicas, mas também, assédios sexuais compostos por desrespeitos verbais e morais.  Tal problemática, é fruto de punições lentas e pouco eficientes por parte do governo, como também, pela visão arcaica que está enraizada desde o período colonial, e é preciso, pautar o continuísmo dessa convicção para que as mulheres sejam respeitadas e tenham seus direitos de cidadãs valorizados.  Mormente, ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve presente, e com isso, foi criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. À vista disso, muitas pessoas, sobretudo homens, se acham superiores, e julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira desrespeitosa. Logo, há muitos casos de assédios contra esse grupo, visto que, esse tipo de violência está presente em todas as camadas sociais, camufladas em pequenos hábitos no cotidiano. Ela se revela nos atos de misoginia e ridicularização da figura feminina, por meio de piadas ou assobios. Não obstante, essa inconveniência vivenciada pelo sexo feminino, é visto pelos homens como algo natural, posto que, para eles, as cantadas irreverentes são uma forma de "elogio" e com isso, o assédio acaba sendo camuflado.  Convém mencionar, que os assédios sofridos pelas mulheres, demonstram a normalidade da postura machista da sociedade, e esse pensamento, é fruto do patriarcalismo em que cresceu a nação. A partir desse contexto, é válido refletir sobre o pensamento do sociólogo Pierre Bourdieu acerca da opressão simbólica, na qual ele contesta, que o machismo oculta um incessante trabalho de reprodução coletiva, na maioria das vezes, invisível, e isso resulta na consagração do masculino sobre o feminino.   Destarte, para combater essa problemática sofrida pelas mulheres, é preciso que o Estado trate o assédio com seriedade, aplicando corretamente a lei, punindo o agressor, não deixando que esse tipo de violência nas ruas seja neutralizado. Ademais, o Ministério de Educação deve promover nos centros educacionais, palestras para conscientizar sobre o respeito à igualdade de gênero, e sobre as díspares violências vividas pelo sexo feminino. Outrossim, cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres nos movimentos feministas para protegê-las e defender seus direitos. Dessa forma, com o apoio do Estado e da sociedade, poderá culminar no decrescimento de todo tipo de violência contra a mulher, e atenuar os pensamentos machistas enraizados na nação hodierna.