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Enviada em: 10/04/2018

Entre os mais graves e complexos problemas brasileiros, a cultura do assédio no Brasil é um empecilho que o país foi convidado a solucionar. De maneira análoga, em tempos primórdios do século XVIII, com o período colonial açucareiro, grande número de servas eram assediadas por seus senhores de engenho, caracterizando a submissão das mesmas como reféns do machismo. Desse modo, hodiernamente, há o enraizamento desse padrão patriarcal, desrespeitando e invadindo a privacidade da figura feminina. Nesse contexto, há fatores os quais não devem ser negligenciados pela democracia cidadã, visando combater o impasse.     Em primeira análise, cabe pontuar que o Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Nesse ínterim, como citado na obra de Jorge Amado, “Gabriela, Cravo e Canela”, o personagem coronel Jesuíno assediava a sua esposa com um bordão machista e desrespeitoso, o qual concedia, ”Deite que vou lhe usar”, caracterizando o determinismo biológico em que, grande parte, das mulheres são vistas como objeto para o público masculino. Com isso, assim, contrariando a célebre frase de Simone Beauvier “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura do assédio na conjuntura atual, prega que grande parte do grupo feminino independente do convívio social é subjugada por seus padrões estéticos e materiais, rompendo o respeito e igualdade Constitucional.     Ademais, convém frisar que a educação familiar corrobora para o desenvolvimento do caráter de um sujeito frente à ética nacional. No entanto, seguindo a linha de pensamento machadiano, o ser humano possui a essência corrompida, logo, se a educação concedida pela família nasce em um lar determinado pelo desrespeito ao gênero feminino, muitas vezes, não raro, no futuro haverá uma sociedade cultural concernente ao assédio. Nesse viés, configura-se a potencialização do caso de insultos verbais e comentários maliciosos, representando, coloquialmente, como o famoso “Fiu Fiu”, o qual representa uma violência moral à mulher brasileira. Mediante isso, como afirma Jean-Paul Sartre, “A violência, seja a maneira como ela se manifesta, é uma derrota”, assim, medidas devem ser administradas para combater o impasse.     Dessa forma, diretrizes que formulem mudanças são necessárias para amenizar a cultura do assédio no Brasil. Para isso, cabe à escola, juntamente com os pais, persistir no rompimento da visão desrespeitosa na sociedade, educando os indivíduos desde a fase mais tenra de sua essência, através de palestras socioeducativas com alunos e pais, mediante ao auxílio de pedagogos e sociólogos, atenuando à igualdade de gênero e o bem comum. Alem disso, é imprescindível que o Ministério da Segurança programe o “Botão do Pânico” a mecanismos contra o assédio, através da distribuição do aparelho em postos municipais, de modo que facilite a valorização das denúncias. Assim, será possível exaurir o caráter corrompido na ótica machadiana e abrirá caminhos para uma sociedade segura, respeitosa e coletiva, outorgada por Paulo freire como “Cultura de Paz”.