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Enviada em: 12/04/2018

Afora destacar-se como potência econômica mundial, o Brasil ainda vivencia problemas sociais arcaicos, como o assédio sexual. Diante da magnitude desta questão, é inadiável a aliança simultânea do Estado e do corpo social para seu real combate.  Segundo pesquisas realizadas pela IPEA, 85% das mulheres já tiveram seu corpo tocado sem permissão publicamente. Diante este número, é notório que o abuso sexual é uma realidade vivenciada por muitas mulheres, e enquanto não houver denuncias das vítimas sobre os agressores esse percentual dificilmente será reduzido. Portanto, não pode haver medo de realizar denuncias, pois só assim os acusados serão julgados corretamente e cumpriram a sentença determinada pela lei.   Nesse contexto, a liberdade perde o seu real sentido, porque enquanto mulheres forem molestadas por usarem roupas curtas ou apertadas, certos homens se colocam no direito de abusa-las sexualmente. E ainda alegam que por estar usando tal vestimento, a mulher pediu para ser olhada e/ou  tocada. Em transportes públicos é aonde, geralmente, acontece esse tipo de abuso, logo liberdade passa a ser sinônimo de receio.   Em 2017, uma jovem de 15 anos foi vítima de estupro por trinta homens, no estado do Rio de Janeiro. Esse fato explícita ainda mais que o Brasil é herdeiro de costumes machistas, pois há pessoas que alegam que a garota pediu pelo acontecido, por estar se divertindo em um baile "funk". Cabe a população se policiar sobre o que é comentado, porque ninguém deve nunca ser agredido sexualmente, seja em uma festa, ou em qualquer outro lugar.   Em vista disso, para que haja o fim deste quadro, é indispensável o esforço coletivo do Estado e da sociedade para esse transtorno, ampliando o número de delegacias da mulher em periferias, por exemplo, além de se juntar a instituições profissionalizantes com o fim de qualificar cada vez mais profissionais que resolvam de forma mais eficiente possível os danos causados a essas vítimas. A população, previamente orientada por campanhas públicas, e por eventos culturais contribuirá para o fim do assédio sexual. A educação é ponto crucial deste processo, de forma que as escolas devem promover debates e seminários sobre o tema, a fim de consolidar valores morais e éticos nessa geração e nas futuras.