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Enviada em: 08/05/2018

O agronegócio - conjunto de negócios relacionados à agricultura e pecuária, do ponto de vista econômico - é um dos motores do sistema capitalista e, ainda, base da economia de diversos países, como o Brasil. A problemática da expansão do agronegócio encontra-se na dificuldade de administrar questões ambientais e sociais que são diretamente impactadas e, por isso, necessitam de atenção.       A gestão ineficiente no setor ambiental dá-se pela sobreposição de fins lucrativos em relação à otimização de uma produção que visa o uso racional de recursos. Um dos recursos mais afetados é a água e o seu uso, distribuído em uma média mundial de 10% para o uso doméstico, 21% para o industrial, e 69% para o uso agrícola, segundo gráfico da Agência Nacional de Água (ANA). Dessa forma, percebe-se que, enquanto campanhas evidenciando a importância da economia de água no uso doméstico têm sido frequentes, pouco se tem falado ou estimulado um desenvolvimento sustentável da agropecuária, preocupada com a manutenção a longo prazo dos recursos naturais antes da satisfação do setor econômico.       O âmbito social, por sua vez, tem como uma de suas facetas a "comoditização" da produção rural brasileira. O termo, que significa o maior crescimento de culturas voltadas ao mercado externo - como soja, milho e carne - caracteriza o aumento da concentração de terras e o consequente êxodo rural. Assim, de acordo com dados do IBGE, em locais onde esta produção intensa de commodities predomina, cerca de 98% da população vive em áreas urbanas, resultando no aumento do número de favelas e outros tipos de moradias precárias. Pode-se perceber, portanto, a despreocupação entre a expansão do agronegócio e as consequências diretas na organização espacial da sociedade.       Diante do exposto, entende-se a urgência por medidas que contribuam para reverter este cenário. Cabe ao governo maior atenção à questão ambiental, traduzindo-se em incentivos de recompensa a proprietários rurais como a instituição de uma valor previamente estabelecido, nomeado "Auxílio ao produtor consciente", levando-os a colaborar com a conservação dos recursos naturais. Além disso, os ministérios governamentais competentes devem promover políticas públicas que interliguem o âmbito social à realidade de expansão do agronegócio, executando uma reforma agrária favorável ao modelo de agricultura mais eficiente e sustentável, mitigando, assim, os impactos de marginalização e favelização da sociedade. Espera-se, com a adoção dessas medidas, uma expansão do agronegócio menos polêmica e mais comprometida com os aspectos social e ambiental.