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Enviada em: 15/05/2018

Com o prelúdio do século XIX, estabeleceu-se no Brasil a primeira geração da literatura romântica, cujos ideais de seus autores, como Gonçalves Dias e José de Alencar, prezavam uma portentosa valorização dos elementos intrínsecos da terra brasileira,  quer fossem suas populações indígenas, quer fossem seus aspectos climatobotânicos. Contudo, percebe-se que essa concepção naturalista está sendo ameaçada pela degradação ecológica promovida pela expansão do agronegócio nacional, quer seja devido ao atual paradigma agrocientífico, quer seja devido ao histórico perfil agrário brasileiro.    Ao se analisar historicamente a segunda metade do século XX, observa-se que as tecnologias desenvolvidas nesse período permitiram o agravamento da referente conjuntura ambiental. Segundo a Geografia, o desenvolvimento da engenharia genética, característica da Revolução Verde, possibilitou o plantio de gêneros agrários em áreas que não eram cultiváveis anteriormente. No cenário brasileiro, por exemplo, a soja, previamente restringida aos pampas sulinos, rapidamente se apoderou do Cerrado em menos de 50 anos por meio da transgenia que lhe foi implementada, segundo os estudos da Biologia. Se, por um lado, houve um aumento da oferta de alimentos para o mercado interno, pelo outro, a intensificada exploração ambiental submeteu os biomas brasileiros e suas populações nativas a pressões cada vez maiores que, se não reguladas, levarão-os à extinção, segundo a Ecologia.    Outro importante fator, que agrava essa temática, é a configuração latifundiária histórica do Brasil, que garante aos seus proprietários um poder político capaz de contornar as fronteiras agropecuárias legislativas. De acordo com a Historiografia, desde o estabelecimento do Brasil colonial, a agricultura foi voltada ao mercado de exportação, inicialmente com o uso de mão de obra escrava, posteriormente com aquela assalariada. Consequentemente, a utilização de grandes propriedades agrárias foi tida como padrão para esse intuito. Contudo, segundo a Biologia, esse modelo de produção extensiva não poderá ser mantido sem que haja graves danos ambientais à biogeocenose brasileira..     Sendo assim, mudanças são necessárias para que esse cenário possa ser regulado. Primeiramente, o Governo Federal deve investir recursos humanos nas esferas do Poder Executivo, de forma que o patrulhamento das fronteiras agropecuárias seja exacerbado, para que a expansão referente seja contida. Paralelamente, deve também outorgar recursos pecuniários aos tecnopolos mineiros, de maneira que o avanço tecnológico resultante permita que a produção seja amplificada ao mesmo tempo em que sua área de produção é conservada. Por fim, a mídia televisiva deve veicular reportagens por meio de seus veículos midiáticos para que as populações tomem consciência dessa temática e pressionem os governos a remediá-la. Apenas assim, a natureza reaverá seu tratamento romanticista.