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Enviada em: 18/05/2018

O Brasil é o país do futuro      Por ser um país sob o signo do desenvolvimentismo desde a era presidencial de Juscelino Kubitschek, o Brasil apresenta uma fragilidade legislativo-executiva no campo ambiental, priorizando o crescimento da economia em detrimento da sustentabilidade em seu território. A construção de Brasília e a implantação da pecuária na região Amazônica, são responsáveis pela destruição de 70% do cerrado, evidenciando a necessidade de questionamento e delimitação do crescimento do agronegócio.          No advento da Revolução Verde foram tomadas grandes extensões de territórios na região norte do país para implantação da monocultura de soja, destruindo permanentemente o bioma local e causando contaminação no solo e na água através do uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos, causa do processo de eutrofização dos recursos naturais e bioacumulação nas cadeias alimentares. A grande força política da bancada ruralista no Brasil, permite que o avanço pelo cerrado se dê de forma extensiva, apoiados na não aplicação de leis ambientais e em um Ministério do Meio Ambiente pouco atuante e excessivamente papelório.         O cerne de tal processo é a invasão do agronegócio sobre as terras indígenas. A crise estrutural vivenciada na atualidade pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio) com a exoneração de dois presidentes da instituição em menos de uma ano, associada a pouca representatividade do índio nas mídias, mitiga a constante luta das tribos em defesa de seu território. A saturação do sistema judiciário impossibilita o veto do avanço extrativista, custando não somente a biodiversidade e a preservação do bioma local, mas também a existência da cultura indígena e sobrevivência destes indivíduos, que são invariavelmente  massacrados durante o processo.        O fortalecimento da FUNAI e acréscimo no número de juízes e desembargadores públicos para julgamento de processos de cunho ambiental, que envolvam o avanço indiscriminado do agronegócio, devem ser reforçados pela atuação de ONGs através da militância e debate nas redes sociais, que são veículo da democratização na atualidade. A reformulação necessária das políticas ambientais pelo Ministério do Meio Ambiente, para que as normatizações tenham maior aplicabilidade que burocracias, assim como uma maior fiscalização da ilegalidade nas posses de territórios, auxiliarão na dessaturação do setor primário e consequente enfraquecimento do estigma que o progresso provém somente da aquisição de terras e na ruralização. Com tais medidas, quebrar-se-á a ideia de que somos o país do futuro e tenderemos a perceber que o construímos no presente.