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Enviada em: 29/05/2018

A evolução do agronegócio foi muito importante para proporcionar condições de abastecimento alimentício suficientes para a demanda mundial, uma vez que, de acordo com a Teoria Malthusiana do século XI, o crescimento da produção de alimentos não acompanhava as taxas de aumento populacional. No Brasil, todavia, a expansão inapropriada, e elitizada, dessa atividade econômica é responsável pela criação de péssimas condições de trabalho aos indivíduos que compõem a mão-de-obra rural e pela destruição da biodiversidade do país.        Em primeira análise, são notórias as semelhanças entre o meio de produção rural brasileiro hodierno e o ambiente produtivo feudal europeu da Alta Idade Média, no qual os camponeses trabalhavam nos mansos senhoriais para sustentar os suseranos e recebiam em troca a permissão de produzirem alimentos para sobreviverem. Hodiernamente, contudo, a permanência dessa configuração eurocêntrica no Brasil se deve à inoperância governamental no que tange à dissolução do monopólio latifundiário instaurado e à fiscalização das condições trabalhistas dos trabalhadores rurais. Nesse viés, a expansão não fiscalizada do agronegócio acentua a exploração da mão-de-obra camponesa, que se dá pela desvalorização salarial desses trabalhadores pelas condições trabalhistas insalubres desses indivíduos.        Ademais, ressalta-se que o crescimento agropecuário brasileiro é de caráter predatório, ou seja, devasta a camada vegetal previamente existente em determinada região para a instalação de culturas extensivas e de rebanhos animais. Nesse ínterim, diversos são os efeitos ambientais provenientes da expansão do agronegócio, entre eles mudanças climáticas regionais e mundiais e perda de biodiversidade de biomas brasileiros — aspectos observados em irregularidades chuvosas em regiões do país e no grau de devastação, devido à presença das lavouras de cana-de-açúcar, da Mata Atlântica, cujas áreas remanescentes correspondem a 7% do território original segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).        Destarte, ações devem ser realizadas para solver os impasses do agronegócio no Brasil. Mormente, o Ministério do Trabalho, em consonância ao IBAMA, deve, por meio do encaminhamento de agentes, realizar a fiscalização dos ambientes de produção rurais e impedir a continuidade das atividades nos locais que não estiverem regulamentados de acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e do IBAMA, com o fito de melhorar as condições dos camponeses e atenuar os impactos ambientais provenientes do uso inadequado das terras. Dessa maneira, talvez seja possível reduzir os impactos da expansão do agronegócio no Brasil.