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Enviada em: 05/06/2018

O Agronegócio é uma atividade fundamental para a economia brasileira. Por meio de sua grande participação no PIB do país, contribui para a geração de empregos e fornecimento de alimentos para o mundo todo. No entanto, práticas inadequadas podem acarretar impactos ambientais, sociais e econômicos, que revelam contextos de abusos de poder e desigualdades sociais. Nesse sentido, duas polêmicas fazem-se relevantes: o impasse em relação à concentração de terras e o desmatamento para fins lucrativos.   Existe uma relação direta entre latifúndio e conflitos no campo, a cada ano o agronegócio se territorializa com maior rapidez e desterritorializa a agricultura camponesa ou familiar. O empobrecimento dos pequenos agricultores e o desemprego estrutural agudiza as desigualdades, não restando assim a resistência camponesa outra saída a não ser a ocupação da terra como forma de ressocialização. De acordo com dados da CPT ( Comissão Pastoral da Terra), em 2017, foram registrados 65 casos de morte, sendo em sua maioria de trabalhadores rurais, indígenas, quilombos, posseiros, pescadores e assentados.   Além de acirrar a disputa pela terra, a violência não poupa também os que se opõem ao desmatamento e à destruição da biodiversidade. O agronegócio avança na trilha do desmatamento e da superexploração do meio ambiente, no lugar da floresta, grandes pastos para receber gado, lavouras de soja e algodão. As ameaças ao Pantanal, Cerrado e Amazônia são apenas a face mais conhecida da destruição ambiental provocada também por grandes projetos de infra-estrutura que obedecem às demandas da indústria e da agricultura exportadora. Entre os episódios marcantes dessa lógica, segundo a Pastoral da Terra, está o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, que defendia a implantação de projetos sustentáveis na Amazônia.   Torna-se evidente, portanto, que  a rápida expansão do agronegócio no Brasil, sem a mensuração dos seus efeitos e consequências é nociva a sociedade e ao meio ambiente. Por isso, é necessário que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aumente linhas de crédito com facilidades para pagar, amparo técnico e subsídio aos pequenos proprietários de terras, para que diminuam a distância com grandes produtores. Assim como, cabe ao Poder Executivo junto ao Código Florestal a conduta de proteção as terras destinadas a assentamentos, e principalmente, áreas de conservação, com maiores patrulhamentos e vistorias em rodovias que fazem transporte de empresas.