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Enviada em: 06/06/2018

Em Memórias Póstumas, Machado de Assis expõe seu pessimismo quanto à natureza humana. No qual Brás Cubas, o defunto-autor, afirma que não teve filhos para não transmitir o legado de nossa miséria. No Brasil contemporâneo, as polêmicas acerca da expansão do agronegócio no país comprovam a índole perversa do homem. Isso se evidencia, não só, pela exploração das terras indígenas, como também, pela degradação ambiental.       A princípio, no século XVI, os colonizadores europeus cultivavam uma visão de que os recursos naturais  eram infinitos, justificando a exploração massiva do território brasileiro. Dessa forma, tal postura ainda é refletida na modernidade, constatada na crescente ânsia do setor primário em explorar reservas indígenas, para a ampliação da fronteira agrícola, pecuária e mineração. Haja vista, segundo o site APUBLICA, já foram requeridos mais de 4 mil processos para a exploração destas terras. Sob esse viés, comprova-se a perspectiva machadiana, que o homem é desprovido de virtudes.       Outrossim, parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um grande corpo biológico, interdependente entre si, necessitando de equilíbrio e coesão  para  seu funcionamento. Hodiernamente, um dos problemas que afetam essa harmonia é o desequilíbrio entre o agronegócio,um dos pilares da economia nacional, e o desenvolvimento sustentável. Não raro, a mídia veicula diversos casos de degradação ambiental, contaminação de solos e rios, desmatamento do cerrado e da Amazônia para fomentar esse setor. Por conseguinte, é essencial a aplicação de  técnicas adequadas para viabilizar a continuidade dessa atividade e o movimento da máquina social.       É imprescindível , portanto, mudanças no cenário vigente. Para isso, o Ministério da Educação, as escolas e a FUNAI devem desenvolver ações que alteram essas visões equivocadas de desenvolvimento, por meio de palestras e debates; inclusão de conteúdos nas aulas de geografia e sociologia, que mostrem as consequências da exploração exacerbada dos biomas e soluções alternativas sustentáveis, pois o ser humano é aquilo que a educação faz dele, segundo o pensamento Kantiano. Destarte, o Governo deve garantir maior participação dos representantes indígenas nas tramitações legais quanto à problemática; implantar de postos de denúncias , sejam plataformas ou delegacias, e aplicar com maior a lei, promovendo, assim, o aumento da segurança e representatividade. Posto isto, poder-se-à transcender a ótica pessimista de Brás Cubas e prover a perenidade do corpo social brasileiro.