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Enviada em: 20/06/2018

A Necessária Busca de Alternativas ao Agronegócio Brasileiro          No século XVIII, a política de cercamento das propriedades rurais inglesas sepultou a tradicional agricultura de subsistência e proporcionou o desenvolvimento da atividade agrícola voltada para a acumulação de riqueza. No Brasil, essa mentalidade está em voga, mas fora distorcida pela ganância de produtores rurais que exploram o meio ambiente de forma irracional, causando graves consequências na sociedade brasileira.       De fato, nosso contexto histórico é desfavorável na política agrícola, pois nos ensinou que devemos: a) concentrar as terras nas mãos de poucas pessoas (vide a péssima distribuição de sesmarias); b) usufruir dos recursos naturais quase à exaustão (como aconteceu com o ouro e o pau-brasil). Ou seja, está em nosso código genético o comportamento de um predador, que devora insaciavelmente os recursos do meio ambiente.       Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico do século XIX criou os agrotóxicos e a engenharia genética. Por meio desses instrumentos, diziam que os problemas de desmatamento (ocorridos na expansão de fronteiras agrícolas) e da fome da população (com o aumento de produtividade no campo) seriam resolvidos. No entanto, pela avidez ao lucro, os produtores rurais brasileiros despejaram tanto veneno na natureza que contaminaram as águas, as terras, os animais e o próprio alimento que virá a ingerir. Assim, além de profanarem aquilo que lhes dá vida, auferem renda às custas da saúde da população, causando graves consequências sociais.       Portanto, é necessário que o Governo Federal, em parceria com as universidades brasileiras, promova pesquisas científicas com a finalidade de demonstrar ao produtor rural que a forma de exploração ambiental brasileira é suicida; e, ao mesmo tempo, desenvolva técnicas agrícolas que sejam ecologicamente corretas (agroecológicas). Afinal, errar é humano; mas, errar duas vezes significa atestar a própria ignorância; e, lembrando Goethe: "Não há nada mais assustador que a ignorância em ação".