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Enviada em: 20/06/2018

À semelhança das grandes plantações de café do início do século XIX, no Vale do Paraíba, o agronegócio se expande em ritmo frenético e por onde passa deixa evidente o seu real objetivo: expandir o seu lucro em detrimento das consequências socioambientais. É evidente que os impactos ambientais e a intensificação da concentração fundiária são apenas algumas das muitas sequelas desse sistema produtivo.       No que concerne aos problemas ambientais, destacamos a expansão das plantações de soja, substituindo a vegetação nativa e sua biodiversidade pelos latifúndios monocultores. De fato, dados do Núcleo Socioambiental indicam uma diminuição de 50% da área original de Cerrado, principalmente devido o avanço da fronteira agrícola. Além disso, o uso de agrotóxicos e fertilizantes causa contaminação dos recursos hídricos, acidificação do solo e aumenta o risco de erosões, tornando o cultivo de vegetais inviável.       Ademais, a expansão do agronegócio, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste tem causado conflitos entra as populações locais e os fazendeiros. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, apenas no Mato Grosso, um dos principais polos do agronegócio, menos de 4% dos estabelecimentos ocupam 61,57% das terras agricultáveis, a má distribuição de terra é evidente e tem agravado os conflito sociais.      Diante do exposto, constata-se a necessidade de promoção, pelos fazendeiros, do desenvolvimento sustentável, que vise a obtenção de lucros mas que promova a manutenção dos recursos naturais, como o uso de fertilizantes orgânicos e a rotação de culturas, evitando a exaustão do solo e sua contaminação. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente deve agir de modo coercitivo, apurando e punindo as apropriações de propriedades menores pelos latifundiários, afim de diminuir os conflitos agrários. Não menos importante, é necessária a consciência social de que a preservação ambiental é dever de todos, assim garantiremos a sustentabilidade desta e de outras gerações que ainda estão por vir.