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Enviada em: 24/06/2018

“A tecnologia move o mundo”, segundo o empresário americano Steve Jobs. Nesse sentido, a fórmula perfeita da Revolução Verde, no século XX, de combinar tecnologia e agricultura, revolucionou o agronegócio brasileiro, hodiernamente responsável por grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Entretanto, esse avanço é alvo de constantes críticas, pois impulsionam a disputa territorial e a degradação ambiental.        É primordial ressaltar que o modelo agrícola adotada era a chave para solucionar o problema da fome no Brasil, mas a visão capitalista desviou o objetivo. Com isso, a mecanização da produção alimentar tem gerado conflitos por posse de terras levando a expulsão do campesinato e por consequência a redução da diversidade dos alimentos. O pacto ambiental de Moratória da Soja sobre o desmatamento na Amazônia para plantio, a exemplo, configurou pressões sobre os produtores da pecuária para venda de seus territórios, uma vez que estes conseguem permissões para desmatar áreas para fins de criação de gado, por conseguinte avançam as fronteiras agrícolas.        Em decorrência da expansão territorial, observa-se o aumento da degradação ambiental, visto que são grandezas diretamente proporcionais diante a inercia da sustentabilidade. Isso porque devido a grande lucratividade da produção, as empresas negligenciam os agravos ambientais da superexploração, desrespeitando a legislação de crimes ambientais, vigente desde 1998, mesmos estas prevendo sansões penais e administrativas. Como consequência desse imediatismo capitalista observa-se a perda da biodiversidade, a degradação do solo, a contaminação dos solos e águas e esgotamento de recursos hídricos, como sombras que acompanham o alargamento do agronegócio.        É evidente, portanto, que os impactos negativos do modelo de produção ultrapassam os benefícios da atividade, sendo indubitável discutir a temática. Dessa maneira, é preciso que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) intensifique o apoio aos pequenos produtores, por meio de subsídios financeiros e ações educativas de enfrentamento de obstáculos produtivos, com a finalidade de fortalecer o desenvolvimento e manter a diversidade de produtos alimentares, responsáveis por manter a mesa brasileira. Concomitante a isso, o MMA através da Gerência de Sustentabilidade Ambiental do Agronegócio deve dialogar com o setor produtivo exigindo o cumprimento da legislação e implantação de práticas sustentáveis, realizando periodicamente visitas nas áreas ocupadas, com a finalidade de fiscalizar e garantir a proteção no meio natural. Nesse âmbito, é urgente ações de melhoria, pois conforme afirmado pelo historiador Arnold Joseph Toynbee “Tornamo-nos deuses da tecnologia, mas permanecemos macacos na vida”.