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Enviada em: 02/07/2018

Na colonização do Brasil pelos portugueses, enormes lotes de terra - as capitanias hereditárias - foram divididos nas mãos de poucos donatários. Nesse cenário, afim de distribuir melhor e justamente as terras, passou a existir a reforma agrária. No entanto, o objetivo desta não foi plenamente efetivado, haja vista que, graças a atividades econômicas como o agronegócio, ainda existe uma visível desigualdade na distribuição de terras. Nesse contexto, os principais impasses gerados pela expansão do agronegócio são os inúmeros impactos ambientais, bem como as disputas por território.         Ao desdobrar essa temática, é impossível não destacar os danos ambientais gerados pelo agronegócio. Esses são, em grande parte, causados pelo uso de práticas inadequadas, como a utilização desmedida de agrotóxicos, causando a contaminação de rios, lagos e até mesmo do lençol freático. Outros problemas são a degradação do solo e a perda da biodiversidades de locais atingidos pelas queimadas e pelo desmatamento causados por grandes produtores, visando a expansão do seu território. Assim, é possível inferir que as empresas desse setor não se preocupam em preservar as áreas utilizadas por eles, mas somente se interessam pelo lucro que as terras os proporcionarão.           Outro aspecto polêmico da expansão do setor do agronegócio é social, e diz respeito as disputas territoriais dessas empresas, sobretudo com os indígenas. Em meio a esse cenário de crescimento das atividades agrícolas, são inúmeros os ataques sofridos por indígenas, graças ao interesse empresarial por terras, as quais são territórios dos nativos. No entanto, em uma análise mais aprofundada, nota-se que os conflitos por terra não ocorrem somente com os índios, mas também com pequenos agricultores familiares, que muitas vezes são coagidos por grandes empresas do setor agrícola a vender suas terras. Embora aconteça de forma visivelmente distinta para os dois grupos, os conflitos tem a mesma finalidade: a expansão agrícola.          Torna-se evidente, portanto, que os principais problemas relacionados com o tema tem cunho ambiental e social. Sendo assim, é imprescindível a adoção de medidas capazes de amenizar a problemática, como por exemplo uma maior fiscalização das atividades e práticas realizadas por empresas do agronegócio, através das secretarias da Agricultura e da Saúde, bem como a Secretaria do Meio Ambiente. Além disso, faz-se necessário o cumprimento da lei que garante o direito de posse aos indígenas que originalmente ocupam determinado território, presente na Constituição de 1988. Para isso, cabe à União demarcar os territórios e protegê-los de conflitos gerados pelo agronegócio.