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Enviada em: 09/07/2018

"Tem muita gente sem terra. Tem muita terra sem gente". Assim diz o canto dos lavradores de Goiás no livro 'O Cativeiro da Terra' do sociólogo José de Souza Martins, o que põe em contexto uma das consequências da expansão do agronegócio no Brasil, que é a concentração fundiária. Sendo assim, apesar de ter uma grande participação no PIB (cerca de 23,5% em 2017, segundo a CNA) e gerar empregos, a atuação do agronegócio segue gerando problemáticas que atingem o país em questões culturais, ambientais e sociais. Portanto, é importante que o Governo e a sociedade se sensibilizem e comecem avançar com a Reforma Agrária, que pode resolver grande parte dessas problemáticas, sobretudo os conflitos no campo.       Primeiramente, é importante ressaltar que o agronegócio contribui para a péssima estrutura fundiária, caracterizada pela concentração de terra, muitas das quais não possuem função social, e deixa trabalhadores rurais em condições precárias e de escravidão. Prova disso é o fato de que os grandes latifundiários representam 1% da população que detém 46% das terras, segundo estudos da Oxfam, o que faz com que haja conflitos gerados por ocupações de posseiros, lutando pelos seus direitos à moradia, e pela população indígena, que quer preservar suas origens impedindo o avanço da mineração e agropecuária em reservas que utilizam para sobreviver. Destarte, é o caso de o Governo ser mais cobrado pela população interessada e pela militância do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para que haja garantia de seus direitos, promovendo a Reforma Agrária.       Cabe mencionar, também, que o Brasil está a caminho de ser o maior produtor de soja do mundo, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o que pode intensificar sua monocultura, seguido do uso em excesso de agrotóxicos, pondo em xeque a saúde da população como um todo.  Desta forma, o país segue refém dos grandes latifundiários, que têm seus interesses assegurados pela bancada ruralista em Brasília, e há a omissão de alertar a população dos perigos da contaminação dos agrotóxicos nas lavouras. Então, é importante que se coloque em evidência as consequências de uma bancada com bastante poder no Congresso e que apenas visa sua própria ambição econômica.       Torna-se evidente, deste modo, que uma revolução no campo se faz necessária para que tenhamos a correção de injustiças históricas. Posto isso, é importante que os Ministérios, principalmente o da Saúde e o da Justiça, assegurem que os consumidores tenham seus direitos de escolha, alertando a população de alimentos possivelmente contaminados por meio de selos em mercados. Além disso, é importante que a população indígena seja preservada e que a Reforma Agrária siga adiante, distribuindo terras de forma justa, para que haja a garantia da diversidade e equidade no Brasil.