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Enviada em: 19/07/2018

A surdez humana        A questão avanço do agronegócio no Brasil é bastante discutida atualmente, e não é tão simples de ser resolvida, pois perpassa pelas esferas social, política, econômica e ambiental. O uso descontrolado de agrotóxicos, por exemplo, está diretamente ligado à uma alta incidência de casos de câncer nos brasileiros, bem como à morte de vários animais. Ademais, o manejo errado do solo pode acelerar processos de erosão e de contaminação desse, o que gera grandes impactos socioambientais. Dessa forma, tornam-se necessárias medidas que gerem um avanço sustentável do agronegócio.          Os agrotóxicos são bons meio de otimização do cultivo da matéria-prima, em se tratando de custo-benefício ao agricultor. Todavia, o seu uso é prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. Um estudo da USP de 2015 mostrou que o Brasil é um dos países com maior uso de agrotóxicos e, ainda assim, em 2018, discute-se uma flexibilização do uso desses na agricultura brasileira, o que é um grande retrocesso e  desrespeito à natureza e à saúde humana. Portanto, deve-se analisar o uso desses produtos sob uma perspectiva em prol da saúde populacional e do meio ambiente em detrimento de avanços econômicos.            Além disso, o mau uso do solo brasileiro acarreta impactos negativos ao meio ambiente. Por exemplo, há na amazônia o desmatamento em escala para o cultivo da soja, e para a bubalinocultura (criação de búfalos) que contribui para a compactuação do solo, emissão de gases que aumentam o efeito estufa, entre outros. Apesar de que há grande relevância econômica nessas atividades, não pode haver uma sobreposição delas à importância da preservação da fauna e flora do país. Nesse caso, devem-se tomar medidas que tornem essas atividades menos ou não prejudiciais ao meio ambiente.                 Nesse viés, o avanço do agronegócio no Brasil deve estar sempre associado à uma perspectiva sustentável, de modo a conciliar questões econômicas, ambientais, políticas e sociais sem prejudicar nenhuma delas. O Ministério da Agricultura brasileiro deve, em vez de flexibilizar, enrijecer a regulamentação do uso de agrotóxicos estabelecida por lei em 1989, através de propostas de emendas à essa lei, visando minimizar o uso desses produtos. Ademais, deve haver maior fiscalização em relação ao uso correto do solo na agropecuária por parte do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), afim de preservar a qualidade desse. Para que, assim, seja revertido o que foi dito pelo poeta francês Victor Hugo: "É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve".