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Enviada em: 22/08/2018

O romance de Jorge Amado "Gabriela, cravo e canela" tem como cenário a Ilhéus da década de 1920, a qual passava pelo período áureo do cacau, que trouxe uma série de avanços sociais e econômicos ao município. Seguindo esse contexto, o Brasil no decorrer dos anos expandiu-se como exportador agrícola sendo esta atividade o principal meio de desenvolvimento econômico no país. Entretanto, o agronegócio está cercado de polêmicas dado a falta de desatenção a sustentabilidade, sem contar o desmatamento excessivo e o uso desmoderado de defensores agrícolas, ambas as práticas causam sérios danos ambientais e ao ser humano.       Sob esse viés, cabe citar o fato de o Brasil ser um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo, sendo usados 1 milhão de toneladas por ano segundo pesquisas. Além disso, a agricultura nacional utiliza 14 agroquímicos proibidos mundialmente por serem extremamente venenosos. Nesse contexto, o uso indiscriminado dessas substâncias fere não só a saúde humana (de trabalhadores e consumidores), mas também a saúde ambiental contaminando solo, ar e água (mananciais), que por sua vez prejudica o agricultor e a economia brasileira sendo esta a 4º maior exportadora agrícola, porém demonstra irresponsabilidade aos compradores.        Ademais, seguindo um dos princípios da bioética ambiental de Van R. Potter, o respeito a natureza deve ser uma missão política, ética e jurídica. Contudo, seguindo a herança do período colonial os agronegócios tem realizado o desmatamento florestal excessivo em busca de expandir plantações. Essa falta de cuidado ambiental pode levar a extinção de biomas (um hotspot, como o cerrado brasileiro), que por sua vez prejudica a identificação de espécies para usos medicinais e industriais, além de trazer uma série de alterações climáticas.        Dados os fatos apresentados, é certo que os agronegócios brasileiros devem se focar na agricultura sustentável, preocupando-se com a saúde dos consumidores e trabalhadores, também atendendo a preservação ambiental, por isso o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve criar leis que proíbam agrotóxicos fatais ao ser humano, seguida da fiscalização rígida do cumprimento dessas leis. Outrossim, o Ministério do Meio Ambiente em parceria com o IBAMA, deve cumprir e fiscalizar as já existentes leis ambientais brasileiras e ressaltando os danos futuros que o descumprimento dessas irão gerar. Todas essas medidas tomadas para que o Brasil continue seu desenvolvimento como potência agrícola, associando sempre seus produtos à qualidade e cuidado, para que seu período áureo, assim como o da Ilhéus de Jorge Amado, continue.