Materiais:
Enviada em: 05/10/2018

Em 2018, o Congresso Nacional colocou em pauta para discussão um projeto de lei comumente chamado de "P.L. do veneno". Tal proposta sinaliza a flexibilização do uso de agrotóxicos nas lavouras a fim de diminuir os custos do setor agropecuário. A problemática se insere numa discussão ainda mais profunda acerca do agronegócio, pois apesar deste ser um segmento econômico fundamental, sua expansão é calcada em uma sistemática destruição do meio ambiente. Nesse contexto, torna-se essencial uma postura ativa e crítica da sociedade e organizações ambientalistas, a fim de consolidar uma pressão popular sobre as instituições públicas envolvidas com o agronegócio. A princípio, é preciso salientar que o agronegócio é baseado numa lógica econômica nociva ao desprezar seus malefícios no meio ambiente em que está inserido. Devido ao seu pujante poder econômico, tal segmento está inserido nas entranhas políticas, isto sendo cristalizado, principalmente, na bancada ruralista. Um exemplo de atuação destes parlamentares é a supracitada "P.L. do veneno", esta diretamente ligada aos interesses econômicos do agronegócio. Não obstante, a bancada dificulta a aplicabilidade do Código Florestal. De acordo com o jornal Nexo, tal legislação, aprovada há cinco anos, ainda não saiu do papel. Diante desse cenário, interesses ambientalistas perdem força no âmbito institucional e estão à mercê de atuações fora desse espectro. Como resultado, observa-se a destruição sistemática dos ecossistemas - a Floresta Amazônica e o Cerrado - em que a agropecuária é mais presente, principalmente na região centro-oeste. Segundo apontam os dados divulgados pelo IBAMA em 2017, na floresta amazônica foram desmatados 8 mil quilômetros quadrados em um ano, sendo equivalente a destruição de 128 campos de futebol por hora. Dados da mesma fonte indicam que 50% do Cerrado não existe mais, assim como a possibilidade do desmatamento deste ecossistema se tornar irreversível. A destruição desses biomas tem consequências diretas no equilíbrio climático brasileiro, assim como perdas imensuráveis da fauna e da flora. Portanto, diante dessa problemática, é necessário que ONGs, em conjunto com a imprensa e as redes sociais, promovam a conscientização da população e o senso crítico, os quais se dariam por meio de campanhas publicitárias sobre as consequências da destruição dos biomas, as frentes de atuação das ONGs e sobre como participar ativamente da preservação ambiental. Tal proposta pretende estimular o senso crítico, a fim de construir um espaço de diálogo e participação, bem como pressionar os órgãos públicos por uma postura institucional efetiva frente aos descasos ambientais.