Materiais:
Enviada em: 24/10/2018

É sendo comum, hodiernamente, que o agronegócio representa um importante pilar da economia de um país. Afinal, é através da agricultura que muitos garantem o sustento de seus habitantes e acumulam riquezas. Todavia, apesar de no Brasil não ser diferente, tal modelo de agricultura configura-se como arcaico e insustentável, fazendo-se de sua expansão um risco para o meio ambiente, para a cultura e saúde pública brasileira. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado é medida que se impõe.        Em primeira análise, cabe resaltar os efeitos nocivos da expansão do agronegócio sobre a floresta Amazônica. Motivada, principalmente pelo cultivo de latifúndios de soja, a expansão da fronteira agrícola sobre a região Norte do Brasil corrobora para um quadro endêmico de desmatamento da cobertura vegetal e animal, que ameaça a diversidade da fauna e da flora e desencadeia graves problemas ambientais. Ademais, tal situação ainda prejudica o patrimônio histórico da nação, na medida em que coloca em risco não somente a vida de populações indígenas e quilombolas que habitam a região amazônica, mas também sua história e seu legado.        Sob outra ótica, é notório que o agronegócio possui uma relação dicotômica com a saúde pública, direta e indiretamente. Isso porque, mesmo a agricultura prometendo gerar empregos e fornecer comida de qualidade para a mesa do brasileiro, na prática o que se verifica é trabalhadores e alimentos contaminados pelo uso, cada vez mais expressivo, de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. Outrossim, posto que o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo, não se pode ignorar as sequelas de tal mazela. Uma vez que, de acordo com Karl Marx, “as revoluções são a locomotiva da nação”, ações são necessárias para que essa prática fique na história e não comprometa o futuro.        Urge, portanto, que governo e sociedade cooperem para mitigar os efeitos negativos do avanço do agronegócio no Brasil. É imprescindível que o Ministério da Agricultura, juntamente com o Poder Legislativo do país, sancione leis de cunho punitivo que tornem basilar a contenção da fronteira agrícola sobre a floresta Amazônica, de modo a oferecer fiscalizações periódicas às empresas que atuam no setor. Além disso, é importante que ouvidorias públicas sejam criadas, a fim de que a sociedade se sinta confortável para denunciar os abusos do uso de agrotóxico nos alimentos que chegam a sua mesa. Dessa forma, poderemos preservar os bens mais preciosos do nosso país: nosso povo, nossa terra e nossa história.