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Enviada em: 26/02/2019

Após a Revolução Industrial, a visão mecanicista do mundo conferiu a natureza o "status" de meio de obtenção de lucro e recursos naturais, para uso dos seres humanos. Nessa perspectiva, é o agronegócio que atualmente sustenta a economia do Brasil, representando 48% das exportações brasileiras. Contudo, com a evolução dessa atividade intensificou-se a degradação da natureza, pelo uso descontrolado de produtos químicos nas plantações e animais e pelo avanço da fronteira agrícola.           Entende-se por Revolução Verde as sucessivas evoluções tecnológicas no espaço agrário por meio da introdução de técnicas e equipamentos avançados que visam o aumento da produtividade do solo. Grupos ambientalistas afirmam que tais transformações são responsáveis pela expansão desordenada da agricultura sobre áreas naturais com a expansão da fronteira agrícola. Nesse contexto, o Cerrado brasileiro foi uma área amplamente devastada pelo agronegócio, uma vez que os solos ácidos e de difícil cultivo dessa região foram ocupados pelo desenvolvimento de técnicas de correção, tais como a calagem.           Desde 2008 o Brasil assumiu a liderança mundial no uso de agrotóxicos para a produção de alimentos. Nessa perspectiva, em decorrência do atual modelo de produção dependente de agrotóxicos, a cadeia produtiva do agronegócio se configura como um processo de insustentabilidade ambiental. Nesse espaço cria-se um território com diversas situações de vulnerabilidades ocupacionais, sanitárias, ambientais e sociais, como a detecção de resíduos de agrotóxicos no planalto mato-grossense. Em termos ecológicos, o efeito crônico dessa contaminação, mesmo em baixas concentrações, implica riscos sobre a saúde e o ambiente a médios e em longo prazo, como a diminuição do potencial biológico de espécies animais e vegetais.              Fica claro, dessa forma, que agronegócio afeta tanto o ser humano, com o uso descontrolado de agrotóxicos, quanto intensifica a degradação da natureza. Sendo assim, para que esse problema seja discutido, é dever do Poder Executivo, sobretudo na voz das prefeituras, promover uma ampliação concreta do setor ambiental, por meio de investimentos financeiros, os quais serão revestidos em pesquisas científicas, com vistas à busca de formas de cultivo sustentáveis, a fim de garantir um meio permeado pela coexistência harmônica e eficaz entre a natureza e o homem.