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Enviada em: 24/02/2019

Admirável veneno novo       O capitalismo comercial no século XV, por meio das expansões ultramarinas, protagonizou uma busca incessante pelo acúmulo desmedido de riquezas. Hodiernamente, a ascensão das indústrias e do consumo exacerbado são ferramentas para o desenvolvimento de tecnologias que maximizem a produção em detrimento do meio ambiente. Dessa forma, o mercado do agronegócio no Brasil é aliado do comércio e vilão da natureza, para tanto, deve-se haver medidas atenuantes desse cenário.       Em função disso, a banca ruralista no Congresso Nacional objetiva, sobretudo, a valorização do agronegócio, bem como a flexibilização das leis promulgadas pela Legislação Ambiental brasileira, corroborando a máxima maquiavélica a qual pressupõe que os fins justificam os meios, haja vista que o desenvolvimento de biotecnologias como os agrotóxicos e os alimentos geneticamente modificados podem ser danosos a saúde pública e a natureza, por outro lado, tudo isso é valorizado em virtude da grande lucratividade gerada.            Conforme o filósofo Sartre, o ser humano é livre e responsável, cabendo a si escolher seu modo de agir. Destarte, é salutar afirmar que, assim como a devastação da Mata Atlântica pelos portugueses para exploração causou enormes danos a natureza, o eminente crescimento do agronegócio e a consequente degradação dos solos brasileiros irão provocar reações em cadeia por parte do meio ambiente, prejudicando a fauna e a flora do país.       Diante disso, é fato que o consumismo é o principal vetor da expansão do agronegócio, logo, é necessário que o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura – o qual gerencia as políticas da agropecuária – fortaleça os órgãos de fiscalização agrícola, multando e diminuindo as áreas exploráveis, outrossim, o legislativo institua a obrigatoriedade da exposição dos riscos à saúde em embalagens de produtos desse ramo. Assim como Zé Ramalho criticou a sociedade na canção “Admirável gado novo”.