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Enviada em: 30/05/2019

Em meados dos anos 40, no governo de Getúlio Vargas houve um grande incentivo para a ocupação de terras "sem donos" no centro oeste do Brasil, onde, hoje, abriga as maiores fazendas latifundiárias do mundo. A "Marcha para o Oeste", como ficou conhecida, foi marcada por um grande deslocamento de pessoas - e até famílias - em busca de um pedaço de terra, além da presença de grandes desmatamentos. Em dias atuais, toda essa região continua sofrendo com uma expansão desgovernada do homem, e, junto a isto, há a ameaça à vida nativa daquele local, o que traz consequências ecológicas em escalas mundiais extremamente graves.   Situado como um país "grande pela própria natureza" desde que se tornou independente, o Brasil pauta sua economia justamente em seus recursos naturais, sendo um dos maiores exportadores de comodes. Essa produção de capital faz com que vidas -ambientais e humanas-  sejam postas em segundo plano e assim percam cada vez mais lugar para o agronegócio.     Sendo um país de suma importância para o equilíbrio ambiental do mundo, o avanço do agronegócio acarreta em danos em níveis de periculosidade extrema e nossas leis concedem respaldes para ações tão bruscas. O código florestal permite que 80% da vegetação dentro de uma propriedade privada seja desmatada e cerca de 85% das nossas vegetações estão dentro de propriedades privadas. Ou seja, há uma permissão legislativa para que matem justamente a nossa base financeira.   Para além disso, há os casos de mortes ocasionadas pelas lutas por terra. Indígenas e ativistas ambientais são ameaçados diariamente por se  opuserem aos grandes proprietários de terra. A tribo Kaiowá, uma das tribos que mais se posiciona contra o agronegócio, relata inúmeras vezes todos os abusos e as agressões que sofrem. Já houve casos de mortes brutais e imensuráveis estupros contras as mulheres da tribo. Tais fatos cria um medo em defender aquilo que deveria ser um direito.  Outrossim, é importante citar que a comida que vai para os pratos brasileiros é, em maioria, proveniente da agricultura familiar, realizada sem uso de agrotóxicos e de maneira bem mais consciente. Ademais, o turismo realizado nas áreas que sofrem com o agronegócio é atividade que movimenta capital, assim, desmatar aquilo que atrai dinheiro ao local, é fechar a fonte de lucro.    Assim, para evitar danos ambientais e mortes de inocentes, é preciso criar leis mais severas, que restrinjam o percentual de terras nas mãos do agronegócio e amplie as APAs (áreas de proteção ambiental), além de dificultar a posse de arma nas mãos dos proprietários de terra. Outra saída é o investimento no turismo, tirando a concentração de capital no agronegócio e possibilitando caminhos socioambientais mais agradáveis a todos.