Materiais:
Enviada em: 18/07/2019

Desde o período colonial, a consolidação da economia brasileira foi baseada no modelo agroexportador, fato que possibilitou a distinção da história do país em diversos ciclos econômicos. Com o crash da bolsa de Nova York, em 1929, a manutenção da economia cafeeira, último ciclo, enfrentou diversos obstáculos para sua perpetuação, obrigando o país a dinamizar seus setores para manter-se ativo no mercado global. Nesse sentido, a expansão do agronegócio possibilitou uma promessa de riqueza que tiraria o Brasil do terceiro mundo, mas, que, paralelamente a isso, também promoveu um prejuízo ativo que continua a afetar a conjuntura socioambiental brasileira.       É indubitável que as práticas insustentáveis de exploração tem colaborado a esse processo. Somente em 2019, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, informaram que o Brasil atingiu o recorde de desmatamento pelo avanço das pastagens para bovinos. As estatísticas também alertaram que a área perdida pela devastação corresponde à frequência de dois campos de futebol por minuto. Nessa perspectiva, a perda de vegetação nativa para a pecuária pode acarretar a uma série de danos irreparáveis, e, dentre eles: a destruição de ecossistemas biológicos, alterações climáticas e a instabilidade de chuvas pelo país. Dessa forma, a falta de um planejamento sustentável pode ocasionar ao fim do próprio agronegócio.       De forma análoga, o setor agricultor também tem representado impactos negativos ao meio ambiente. Assim como o café foi a justificativa para o desmatamento inestimável da Mata Atlântica, a soja também tem sido precursora nesse processo por todos os biomas nacionais. Estima-se, de acordo com o IBGE, que o cereal seja responsável pela ocupação de mais de 46% do cerrado brasileiro, além de também avançar no agreste nordestino, graças ao melhoramento genético. Nesse contexto, a agricultura extensiva é fator de preocupação para as espécies dos ecossistemas brasileiros, uma vez que ela invade áreas intocadas e prejudica o manejo ambiental regional pelos insumos agrícolas.         Observa-se, portanto, que a expansão da agropecuária necessita de rápidas adaptações para o benefício do país. Para tal, urge que o Ministério do Meio Ambiente, junto ao Ministério da Agricultura expandam políticas de controle ambiental - de forma a incentivar o biocontrole nas lavouras e à recuperação de áreas e ecossistemas perdidos -, através do crédito às pesquisas de redução ao impacto e da exploração de atividades sustentáveis nos biomas brasileiros. Desse modo, o alcance de um equilíbrio entre exploração e natureza possam ser consolidados para a preservação dos recursos às próximas gerações. Assim, fazendo valer tais medidas, a promessa de riqueza possa ser realmente concretizada com a dinamização do agronegócio.