Materiais:
Enviada em: 04/09/2019

O modelo adotado para explorar o Brasil, quando ele ainda era uma colônia de Portugal, foi o plantation: grandes propriedades monocultoras, voltadas para o mercado externo e com a utilização de mão de obra escrava. Tal processo colonial influenciou um dos principais problemas sociais que assolam o país: a enorme desigualdade social promovida pela formação de grandes latifúndios, ao lado dos inúmeros trabalhadores rurais que não têm acesso à terra. Além disso, convêm alertar também acerca dos vastos impactos ambientais causados pelo agronegócio.     Em primeiro plano, faz-se necessário, ressaltar que a grande maioria das terras, no Brasil, encontra-se nas mãos de uma pequena minoria. Segundo dados da Organização não Governamental britânica Oxfam, quase metade da área rural brasileira pertence a um por cento das propriedades rurais do país. Ademais, a concentração de terras também contribui para a incidência de trabalho análogo à escravidão, alerta o estudo. Nesse contexto, evidencia-se a necessidade de reverter o atual cenário agrário brasileiro, visto que ele reflete na descomunal desigualdade socioeconômica do país.     Em segundo plano, é mister salientar acerca dos impactos ambientais promovidos pelo agronegócio. O desmatamento é a primeira consequência da atividade agropecuária no Brasil. Em virtude disso, o Cerrado e a Mata Atlântica já são considerados Hotspots (biomas com grande diversidade que estão ameaçados de extinção. Outrossim, pode-se citar a degradação dos solos, o esgotamento dos mananciais, a geração de resíduos, dentre outros, como consequência do desrespeito às legislações ambientais e superexploração do meio ambiente, promovidos pelo agronegócio.     Destarte, é urgente a implantação  de medidas que visem amenizar a questão. Logo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, juntamente com o Ministério do Meio Ambiente e o Poder Legislativo, deve criar leis extremamente rígidas, que obriguem os grandes latifundiários a entregar terras ociosas ou improdutivas ao Estado, para que ele as distribua igualmente entre trabalhadores sem terra. É preciso, também, que o Poder Executivo, crie um projeto que reduza impostos, como o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) para propriedades que se comprometam com o desenvolvimento sustentável, a fim de preservar o meio ambiente. Dessa forma, o Brasil poderá, gradativamente, desvincular-se de seu passado colonial.