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Enviada em: 16/08/2018

Posses que dão direitos           Devido à forma de colonização e divisão espacial brasileira, ao longo da sua formação houve uma acentuada prevalência do setor agrícola sobre as demais áreas de desenvolvimento nacional. O agronegócio representa, então, a "menina dos olhos" do governo central, que enfatiza o seu desenvolvimento à considerar suas consequências negativas, como a devastação do ecossistema e a posse de terras indígenas, destruindo parte da riqueza natural de cultural-histórica, do país.            Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB brasileiro provém em um quarto, hoje, do agronegócio. Sendo assim, por apresentar uma divisão extremamente concentrada em seus latifúndios, o país é dependente em parte de uma pequena camada privilegiada em seus interesses, devido à agricultura. No entanto, esses interesses se defrontam com boa parte da população e de organizações como o MST (Movimento dos Sem Terra), que começam a ver a destruição de mais matas como um dano irreparável para a riqueza nacional, em benefício de tão poucos.              Além de ecossistemas, a expansão descontrolada da agricultura se defronta com o modo de vida de populações com tradições muito antigas, que perpetuam tropegamente em meio à opressão da civilização atual. Os indígenas sofrem ameaças e maus tratos desde a colonização do Brasil, quando mais de 70% de  sua população foi extinta. Ainda assim, muitos projetos vêm sendo aprovados para a retirada da legitimidade de órgãos criados para a sua proteção, como a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), sendo um exemplo destes, muito recente, a tentativa da aprovação da PEC 215, que visava o controle do território protegido dos nativos para o senado, composto majoritariamente de uma elite latifundiária.              Portanto, deve-se ressaltar a importância de uma adoção de uma perspectiva mais ampla nas escolhas do rumo da política brasileira, por isso, projetos devem ser aprovados apenas com consentimento geral e em benefício de toda a nação. Desse modo, organizações como a FUNAI e o MST precisam ter voz em favor de uma classe desfavorecida da sociedade, que não possui o poderio econômico significativo da alta sociedade, mas compõem a população brasileira. Além disso, projetos ambientais precisam ter vez e legitimidade na proteção de um ecossistema já muito devastado no país, tornando a expansão do agronegócio sustentável a favor de todos os brasileiros.