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Enviada em: 24/03/2018

No Brasil, desde os primórdios da ocupação portuguesa que a produção agrícola é voltada para a monocultura e para o mercado externo. Perpetuado esse modelo agroexportador, o país teve que enfrentar diversas mudanças, no que concerne o modelo de uso das terras e ainda na distribuição das mesmas pelo território. Nesse contexto, tornou-se palatável ao Estado brasileiro o desenvolvimento de modelos agrícolas que agilizassem o processo produtivo de seus gêneros alimentícios, haja vista que o mercado internacional se tornou, na contemporaneidade, muito mais competitivo.    Nessa conjuntura, é notório que o modelo expansionista da cadeira produtora de alimentos no Brasil desenvolveu-se de maneira rápida e fortuita, visto que o crescente uso equivocado das terras tem sido um grande objeto de discussões hodiernamente. O plantio de soja por grandes extensões do Brasil, em consonância com o desmatamento acentuado de florestas nativas, tem se tornado um grande problema, pois a substituição de diversidades vegetais por um só gênero de plantas, como se dá no cultivo extensivo da soja, tem diminuído a variabilidade genética de grandes regiões e ainda causado o sobrecarregamento do sub solo, posto que há o excessivo uso de fertilizantes.   Diante dos fatos supracitados, vale ainda mencionar a histórica concentração fundiária que o agronegócio causa no Brasil. No período açucareiro brasileiro, era normativo que as grandes propriedades rurais ficassem sob a tutela dos chamados donatários, que eram grandes produtores agrícolas e exportadores de açúcar para o exterior. Concomitantemente, aos moldes do antigo modelo fundiário da colônia brasileira, o atual cenário de distribuição de terras continua concentrado nas mãos de poucos empresários que acabam destinando a maior parte da produção para o mercado internacional, aumentando, por conseguinte, a desigualdade fundiária no país e ainda enfraquecendo o mercado interno de alimentos.    Dessa forma, é nítida a necessidade de melhorias, no que tange as questões acerca do curso das atividades do agronegócio no Brasil, portanto, faz-se necessário a deliberação em nível federal para o melhor desenvolvimento desse tema. Assim sendo, o Ministério da Agricultura deveria fornecer maiores recursos para os setores de pesquisas agropecuárias, como a Embrapa, no intuito de tornar o modo operante do agronegócio brasileiro mais compatível com os modelos já consolidados e modernos empregados em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e alguns países europeus. Ademais, o governo federal deveria propor projetos de emendas Constitucionais que visassem o fornecimento de terras não utilizadas para os produtores de menor porte, pois isso faria com que as disparidades fundiárias diminuissem e ainda com que o mercado interno de alimentos se fortificasse.