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Enviada em: 29/03/2018

A colonização portuguesa no Brasil no início do século XVI se deu a partir da exploração, instalando nas terras recém-descobertas o formato agroexportador. Tal modelo manteve-se até a contemporaneidade, constituindo um dos pilares da economia nacional. No entanto, é notório que o contante avanço do agronegócio no país esbarra em questões sociais e ambientais, as quais são frequentemente negligenciadas pelos membros da coletividade e pelo poder público. Destarte, cabe analisar os fatores dessa problemática.  Em primeira instância, é válido destacar a histórica inoperância estatal no que diz respeito à contenção do avanço dos grandes latifundiários nas fronteiras agrícolas. Mesmo após a promulgação do Estatuto da Terra, em 1964, o qual previa a realização da reforma agrária nas propriedades improdutivas, o quadro de concentração fundiária permanece elevado no Brasil. Tal cenário é agravado em virtude da expansão de grupos privados que, com objetivo de especular e garantir posterior lucro com a valorização desses bens, acabam por impedir a ocupação de famílias dependentes da agricultura para a obtenção de renda. Por conseguinte, vê-se que o desenvolvimento do agronegócio contribui para a incessante transformação da terra em mercadoria pelos detentores dos meios de produção, assim como defendia o sociólogo Karl Marx. Outrossim, deve-se analisar os impactos ecológicos gerados pela intensa expansão do agronegócio no país. Nesse sentido, vê-se que, com a recente intensificação da exploração das regiões Norte e Centro-Oeste para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, a fauna e a flora locais ficaram ameaçadas. Segundo dados do IBGE, entre 2000 e 2010, a implantação de lavouras foi responsável por cerca de 65% do desmatamento da região amazônica. Tal fato comprova a grande influência dessas práticas econômicas na degradação ambiental das área afetadas,contribuindo para a poluição das águas de seus rios, degaste do solo e perda da biodiversidade. Assim, com o avanço de ações antrópicas relacionadas à agricultura, a utilização de diversos recursos essenciais à sobrevivência humana ficam comprometidos, como a água e a vegetação nativa. Fica clara, portanto, a necessidade de contenção do constante avanço no agronegócio no Brasil. Para tanto, cabe ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em parceria com as secretarias de segurança municipais, aumentar a fiscalização das terras improdutivas por meio do confisco das propriedades dos latifundiários e da aplicação de multas. Tal medida visa reduzir a concentração fundiária bem como impedir danos ambientais decorrentes da expansão da fronteira agrícola . Só assim o agronegócio deixará de ser um empecilho ao desenvolvimento nacional.