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Enviada em: 29/03/2018

Minha terra não tem palmeiras, nem mesmo, sabiá.           "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá" escrevera Gonçalves Dias no poema "Canção do exílio" com alusão ao majestoso e exótico cenário das terras brasileiras no século XIX. Não obstante, infelizmente, hoje, devido a polêmica e desenfreada expansão do agronegócio do Brasil, o autor possivelmente não encontraria tal inspiração, já que, vislumbrar palmeiras tornou-se uma difícil tarefa, o quê diga, um sabiá.          A princípio, é preciso entender que o agronegócio é de suma importância para a economia brasileira, aliás, esta atividade contribui significativamente no produto interno produto interno bruto (PIB) do país. No entanto, a expansão desordenada desta prática gera graves consequências socioeconômicas. Prova disso, é, a expansão da monocultura da soja, que destrói centenas de hectares da flora terrestre para a sua plantação, resultando, também, na destruição do habitat animais silvestres, como lebres e raposas, por exemplo.             Outrossim, vale ressaltar que ampliação indevida do agronegócio cria distúrbios em larga escala no meio ambiente. Bom exemplo disso é a destruição da cobertura vegetal, que, como consequência, interfere no processo de vaporização da água. Interrompendo, assim, o ciclo natural da água, pondo em xeque a vida da fauna local e de regiões vizinhas, além de prejudicar o pequeno agricultor, que tira da terra o seu sustento, devido ao distúrbio no processo de precipitação da região e de suas redondezas.              Torna-se evidente, diante dos argumentos supracitados, portanto, que a expansão agropecuária apresenta entraves que precisam ser tratados com seriedade. Logo, cabe ao Estado criar leis que punam o uso ou ampliação irregular da terra, ou mesmo, beneficie os produtores  responsáveis que utilizam os recursos do meio ambiente. Como, por exemplo, a lei de crédito do carbono , que privilegia empresas que reduzem a emissão de gases que provocam o efeito estufa. Ademais, instituições de ensino em parceria com a mídia, podem fomentar o pensamento crítico por intermédio de projetos, debates e campanhas publicitárias, com o intuito de conscientizar os jovens sobre o uso correto dos recursos naturais. Com essas medidas, talvez, outros poetas possam dizer: "Minha terra tem palmeiras, onde cantam o sabiá".