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Enviada em: 29/03/2018

O filósofo chinês Confúcio preconizava que um erro, quando não corrigido, ocasiona um novo. Dessa maneira se dá o estado do agronegócio no Brasil, com problemas ambientais e sociais em constante expansão por todo o território nacional, que é esquecido em face do crescimento na taxa do produto interno bruto (PIB), decorrente das monoculturas nacionais.       A partir do momento em que a produção agropecuária torna-se uma atividade que ambiciona o lucro, tem-se um problema, na medida em que as condições naturais do ambiente são ignoradas. No caso do Brasil, os efeitos negativos vinham sendo sentidos desde os tempos de colônia, mas se reafirmaram na década de 1970 com o surgimento recente do agronegócio e a Revolução Verde. O uso de agrotóxicos, a expansão da soja e do milho rumo ao Norte, Nordeste e Amazônia, incentivada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), espalharam consigo complicações no solo, grandes desvios do curso de rios para irrigação, além da extinção de espécies nativas e do desmatamento, mas garantem um crescimento no PIB nacional.       Se de um lado existem problemas ligados à natureza, de outro têm-se os ligados diretamente à população. Estes atingem em primeiro plano os trabalhadores rurais, que passam a ser substituídos por máquinas, e sem renda migram para os centros urbanos ou para outras regiões como posseiros, na esperança de uma Reforma Agrária. Além desses, existem os pequenos produtores que são responsáveis por cultivar aquilo que as monoculturas não plantam, como diferentes tipos de feijão, frutas e vegetais. Tais produtos oscilam constantemente de preço à menor variação das chuvas, mercado consumidor e terras cultivadas e por isso podem acabar encarecendo repentinamente, como o ocorrido com a alta no preço do tomate em 2015 e feijão em 2016.       Nesse cenário, de expansão do agronegócio e consequente aumento do PIB, cabe ao Estado, por meio da Embrapa, investir em projetos de expansão agrícola que sejam menos danosos ao meio ambiente, por meio da busca de agrotóxicos menos nocivos ao solo e à água. Além disso, cabe ao IBAMA investir no monitoramento das áreas de plantações e suas possíveis expansões, seja por meio de drones ou patrulhas, com o objetivo de reduzir os números de queimadas ilegais e desmatamentos em geral, a fim de preservar o solo, a mata e os animais locais. Por fim, a ação entre ONGs e o próprio governo com o intuito de ajudar o pequeno proprietário, seja por reduções no preço de compra de utensílios, maior inserção no mercado ou até apoio financeiro, é de extrema importância para levar o país a um crescimento econômico menos nocivo ao meio ambiente e à população.