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Enviada em: 03/04/2018

O “negócio” na agricultura       Em 1530, inicia-se a exploração colonizadora do Brasil por Portugal. No intuito de produzir o açúcar, utilizou-se da produção, em larga escala, da cana-de-açúcar, com a expulsão dos indígenas do litoral. De forma análoga, esse contexto não é diferente do da atualidade. Neste, as plantações são grandes áreas desmatadas para a agropecuária, já, as populações expulsas, indígenas e ribeirinhas. Como no passado, a busca incessante do lucro proposto pelo capitalismo ignora não só as consequências socioambientais, mas também a finitude da própria natureza.        Nesta procura do enriquecimento, o agronegócio invadiu o Centro-Oeste brasileiro, através das fronteiras agrícolas. Estas terras, porém, eram o lar de diversas populações, como de indígenas. Em um mundo onde a máxima determinante é: “tempo é dinheiro”, não se preocupa com uma proposta de realojamento desses povos, resultando em conflitos, constantemente expostos nos telejornais. Tal processo, como defendido por Zygmunt Baumann, demonstra o declínio da tradição em favor do capital. Em outras palavras, o progresso econômico é a condição máxima, em detrimento às questões coletivas. E, afinal, o ser-humano, em princípio, não é um indivíduo social?        Esta exploração desenfreada da natureza, além das consequências às populações rurais, culmina em problemáticas, ora, irreparáveis para o meio ambiente. Sendo os responsáveis por inúmeros problemas ambientais, os maiores agronegócios brasileiros - a soja e o gado. Do primeiro, verifica-se a disseminação de pragas devido à cultura monocultora e a emissão de gases responsáveis ao aumento do efeito estufa, por exemplo. Já, o segundo, a arenização do solo devido ao pisoteio do gado e a quantificação elevada de água necessária à prática. O conjunto dessas consequências, portanto, condena a natureza - finita -, muitas vezes, a resultados sem volta, dos quais os maiores prejudicados são as próprias sociedades humanas.        O agronegócio, portanto, é uma demonstração da incessante busca do capitalismo há cinco séculos: o lucro. Com este intuito, desapropria-se populações tradicionais de regiões rurais e degrada-se o ambiente de forma abrupta e ilógica, afinal, é sabido a limitação da natureza. No intuito de solucionar esta problemática, o Ministério da Agricultura deve promover a criação de cooperativas - mais sustentáveis e sociais - no território nacional por meio de mutirões de cadastramento em áreas rurais. Para tal fim, porém, a educação da população é necessária. Com isso, o Ministério da Educação deve também propor sarais abertos ao público nas escolas brasileiras. Nestes, os alunos serão responsáveis por explorar a questão agrária brasileira, assim como formas sustentáveis de agricultura.